Na sessão plenária da Câmara desta terça-feira (1º) a discussão sobre o uso de hidroxicloroquina gerou uma onda de debates entre os deputados. Puxada por pronunciamentos de discordância sobre o valor de R$ 300 do auxílio emergencial anunciado mais cedo por Jair Bolsonaro, Giovani Cherini (PL-RS), provocou a discussão afirmando que não entendia a oposição. “Agora são os pais do auxílio emergencial”. Na sequência, defendeu o remédio que não tem comprovação científica.
“Às vezes, eu não entendo muito a oposição, porque a oposição defendeu o isolamento social, o lockdown como se fosse científico, e diz que a cloroquina não é algo científico. Já há conhecimento científico a para a hidroxicloroquina como tratamento precoce, bem como para a Ivermectina, que tem conhecimento científico para tratamento precoce”, disse na sessão.
Alguns parlamentares protestaram. O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que após a recomendação do Supremo Tribunal Federal (STF) para não indicar a cloroquina, o próprio presidente “começou a se comportar em relação a isso com medo de um processo criminal”. Ele também protestou sobre o mau uso da tribuna e do canal da TV Câmara. “Isso está indo pela TV Câmara para o país inteiro”, vaticinou.
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O deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que quando o uso da hidroxicloroquina é recomendado “incentiva o povo brasileiro, contra a ciência, a se aglutinar, não tomar os cuidados necessários, ampliando o número de mortes”.
A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), citada por um parlamentar e acusada de impedir o uso de cloroquina nos povos indígenas, também se manifestou sobre o assunto. “Sabe-se que não existe uma comprovação científica, tampouco respaldo médico para encaminhar vários medicamentos, como cloroquina, para as aldeias indígenas, que já têm uma vulnerabilidade histórica epidemiológica”, disse.
Outros líderes também protestaram contra a fala do deputado Cherini. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já anunciou a retirada da cloroquina de seus testes científicos contra a covid-19. Ao mesmo tempo, a OMS reforçou a eficácia do isolamento social para combater a propagação do novo coronavírus.
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