O Brasil está em último lugar num ranking feito pelo Lowy Institute, da Austrália, que analisa a gestão da pandemia em 98 países. Os dados compreendem 36 semanas, ou seja, nove meses, a contar do centésimo caso de infecção pelo coronavírus em cada país. Os cinco países que pior têm conduzido a pandemia são, segundo o instituto, os Estados Unidos, o Irã, a Colômbia, o México e, por último, o Brasil. Já os que mais se destacaram positivamente nas ações contra a pandemia foram a Nova Zelândia, o Vietnã, Taiwan, Tailândia e Chipre.
Os Estados Unidos e o Brasil são também os países que lideram o ranking de mortes pela covid-19 no mundo. Segundo a Universidade Johns Hopkins, mais de 400 mil pessoas morreram nos EUA e mais de 220 mil no Brasil. O ex-presidente Donald Trump e o presidente Jair Bolsonaro adotaram discurso negacionista no enfrentamento da covid-19. Bolsonaro diz que a crise foi fabricada e continua a incentivar o uso de medicamentos sem comprovação científica como parte de um “tratamento precoce”, também não reconhecido pelos cientistas, além de desacreditar as vacinas.
Segundo o cientista político Francis Fukuyama, citado pela pesquisa, a linha que divide uma resposta efetiva da crise não é o tipo de regime adotado “mas se os cidadãos confiam nos seus líderes, e se estes líderes presidiram um estado competente e capaz”. A pesquisa analisa ainda que em geral países com uma menor população, sociedades coesas e com instituições competentes tem vantagens para lidar com crises globais como a pandemia de coronavírus.
Para realizar o comparativo entre os países, a pesquisa levou em consideração apenas países com dados públicos sobre o avanço da pandemia e analisou índices como quantidade de casos confirmados, mortes, quantidade de testes feitos e a proporção de casos confirmados pela quantidades de testes.
O Instituto Lowy também faz uma análise do desempenho da gestão da crise por regiões. A Ásia e a Europa foram os continentes que mais se destacaram na gestão da crise, enquanto que o continente Americano foi a região com o pior desempenho no mundo.