Ao comentar o assassinato de um negro espancado por seguranças de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que “no Brasil, não existe racismo”. Ele lamentou o caso, mas afirmou acreditar que o crime não foi motivado por questões raciais. A fala de Mourão gerou reações entre parlamentares.
ABSURDO!!!
“Digo com toda a tranquilidade: não existe racismo no Brasil. É uma coisa que querem importar, mas aqui não existe. Aqui, temos uma brutal desigualdade fruto de uma série de problemas”.E quais as raízes desses problemas vice-presidente?https://t.co/xXGXYoIeUt
Publicidade— David Miranda (@davidmirandario) November 20, 2020
Mourão mostra que não conhece seu próprio país quando diz que “não existe racismo no Brasil”.
Leia também
PublicidadeTemos um racismo estrutural no Brasil que tem o corpo negro como alvo preferencial da violência, das grades, das balas, da miséria e da desigualdade.
— Erika Kokay (@erikakokay) November 20, 2020
RESPOSTA AO MOURÃO
“Para mim, no Brasil não existe racismo” diz o Mourão.
Pois, para mim, Mourão, o que não existe no Brasil é governo, justiça social, consciência e seriedade.
Já hipocrisia e preconceito, de classe, cor e gênero abundam no 1º escalão da administração federal.— Bohn Gass (@BohnGass) November 20, 2020
O vice-presidente Hamilton Mourão disse hoje que racismo não existe no Brasil. HOJE, dia Dia da Consciência Negra e em que o Brasil se revolta com a morte de um homem negro a chutes e pontapés no Carrefour. Todo mundo sabe que os bolsonaristas são asquerosos, mas isso é demais.
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) November 20, 2020
Mourão disse que não existe racismo no Brasil, neste Dia da Consciência Negra sangrento que chora a morte de João Alberto Silveira Freitas. Não vamos esquecer que logo que começou sua campanha como vice de Bolsonaro, Mourão associou indígenas a indolência e negros a malandragem.
— Ivan Valente (@IvanValente) November 20, 2020
Não podemos adotar posturas negacionistas diante do racismo estrutural. Devemos respeito à luta da comunidade negra e contribuir para que as mudanças, de fato, aconteçam.
— Rodrigo Cunha (@RodrigoCunhaAL) November 20, 2020
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ) se solidarizou com o caso e, ao contrário do vice-presidente, usou o termo racismo para o ocorrido.
Em nome da Câmara dos Deputados, envio meus sentimentos à família e aos amigos do João Alberto Silveira Freitas. A cultura do ódio e do racismo deve ser combatida na origem, e todo peso da lei deve ser usado para punir quem promove o ódio e o racismo.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) November 20, 2020
Davi Alcolumbre (DEM/AP), presidente do Senado, também foi contrário ao posicionamento do vice-presidente ao se posicionar afirmando que o acontecimento “estarrece e escancara a necessidade de lutar contra o terrível racismo estrutural”.
No Dia da Consciência Negra, o assassinato brutal de João Alberto Freitas, espancado até a morte por seguranças de um supermercado, em Porto Alegre, estarrece e escancara a necessidade de lutar contra o terrível racismo estrutural que corrói nossa sociedade.
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) November 20, 2020