Levantamento divulgado pela FGV DAPP na quinta-feira (20), mostra que o debate sobre a CPI da Covid gerou, entre 10 de maio e as 14h de 20 de maio, quase 10,1 milhões de postagens no Twitter.
A maioria das publicações, aproximadamente 1,7 milhão, aconteceu no primeiro dia do depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
No dia 13, data do depoimento do presidente da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, também registrou mobilização do debate.
De acordo com o levantamento, outros picos de menções à CPI aconteceram durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten (1,53 milhão de tuítes) e na oitiva do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo (1,2 milhão de tuítes).
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Azul ‒ 35,9% dos perfis | 56,6% das interações
Publicidade“Contando com mais de um terço dos perfis e mais da metade das interações do debate, a base de apoio do governo federal, além de desqualificar a CPI como sendo nada além de uma tentativa de enfraquecer o presidente Jair Bolsonaro, concentra ataques contra o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que também foi alvo do grupo, por ter autorizaado a abertura da CPI”, diz a pesquisa.
Vermelho ‒ 51,7% dos perfis | 39,4% das interações
“Orbitando em torno de políticos de esquerda e de centro-esquerda, o grupo de oposição ao governo reitera a importância da CPI. Atribuindo o saldo negativo da pandemia, em âmbito nacional, ao presidente Jair Bolsonaro e aos ministros da Saúde que ocuparam a pasta durante sua gestão, grande parte das postagens manifesta indignação com a notícia de que instâncias do governo federal ‒ incluindo a presidência ‒ teriam recusado ou ignorado ofertas de imunizantes contra a covid-19, feitas por laboratórios ainda em 2020”, continua.
O levantamento também mediu o índice de engajamento de todos os parlamentares no Facebook. No período foram postadas 1.389 publicações sobre o tema, por perfis de 272 senadores e deputados. As publicações, diz a pesquisa, somaram 3,4 milhões de interações.
Dessas, 331,8 mil foram reações, com destaque para reações de amor (30,2%), de risadas (28,2%) e de raiva (26,8%). Já 593 publicações tinham vídeos, que alcançaram 9,9 milhões de visualizações.
Perfis de congressistas da oposição são os que mantém maior número de publicações. Eles ocupam 13 entre os 16 parlamentares mais atuantes. O senador Humberto Costa (PT-PE) é o que se destaca com 66 publicações sobre a CPI no período. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi o mais mencionado na rede, com 147 das 386 publicações.
Engajamento
Perfis da base do governo, como os deputados Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (SPL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR), são os que conservam maior engajamento, ainda que passem a contar com maior presença de parlamentares de oposição.
No monitoramento realizado entre as 0h de 17 de abril e às 14h de 20 de maio, primeira semana de CPI, congressistas de oposição figuraram em cinco posições entre parlamentares com maior engajamento.
O estudo mostra que perfis de oposição ocupam sete posições, sendo numericamente superiores aos perfis governistas, uma vez que o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) foi considerado independente pelo instituto.
> Base do governo avalia como “excelente” e “consistente” fala de Pazuello