O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, comentou em suas redes sociais neste domingo (23) as conversas divulgadas pela imprensa em que o ministro da Justiça Sérgio Moro aparece, em 2016, chamando integrantes do MBL de ‘tontos’, em conversa com os procuradores da Operação Lava Jato. Os diálogos foram publicados conjuntamente pelo Intercept e pelo jornal Folha de S. Paulo.
A tentativa de jogar MBL contra Moro nas vésperas das manifestações do dia 30 mostra com muita clareza que esses vazamentos ilegais não têm o objetivo de apontar irregularidades na Lava Jato. Trata-se de um ataque desesperado de uma esquerda radical, criminosa e moribunda.
— Kim Kataguiri (@kimpkat) June 23, 2019
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Ele segue explicando o contexto em que se referiu aos membros do MBL. “2016 estava aquele momento tenso da divulgação do áudio da Dilma com o Lula, que gerou toda uma pressão, foi um momento complicado, eu achei que esse protesto na época era um tanto quanto inconveniente, o ministro Teori era boa gente, uma pessoa séria, e a realização daquele protesto poderia gerar uma animosidade contra o Supremo, contra lá a 13 Vara, que não era desejado, consta lá um termo que não sei se usei mesmo, creio que não, pode ter sido adulterado, mas queria dizer assim, pedir minhas escusas se eu eventualmente utilizei, porque eu sempre respeitei o Movimento Brasil Livre e sempre agradeci o apoio que esse movimento deu”, completa o ministro.
A reportagem com os trechos da conversa entre Moro e Dallagnol em que Moro aparece falando sobre o MBL foi publicada também no domingo e faz parte de uma séria baseada em mensagens privadas entre as autoridades no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram. O material foi enviado para o Intercept por uma fonte anônima, de acordo com o site.
As conversas citadas demonstram que o então juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba temia um conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF) que levasse a corte a retirar processos da Lava Jato que estavam sob sua tutela e do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. Tais temores remontam ao dia 23 de março de 2016. Na véspera, a Polícia Federal (PF) havia anexado a um inquérito sobre a empreiteira Odebrecht, cujo acesso era possível pelo sistema de processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná, planilhas com nomes e codinomes de políticos com mandato em andamento. Nessa situação, o investigado tem direito ao chamado foro privilegiado, só podendo ser investigados mediante autorização prévia do tribunal competente para julgá-lo (no caso de senadores e deputados federais, STF; para governadores e deputados estaduais, STJ) .
>>Moro condenou PF por vazar planilhas da Odebrecht. “Bola nas costas”, disse