Congressistas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News pressionaram o presidente da comissão, senador Angelo Coronel (PSD-BA), a adiantar a convocação do chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten.
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A convocação do publicitário havia sido aprovada em outubro do ano passado, antes de reportagens revelarem que ele tem uma empresa que presta serviço de consultoria a agências de publicidade e emissoras contratadas pela Secom.
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi o primeiro a pedir o adiantamento. Ele mencionou as publicações feitas pelo perfil oficial da secretaria no Twitter contra a diretora Petra Costa, responsável pelo documentário Democracia em Vertigem, e afirmou que Wajngarten é acusado de ser um dos responsáveis pela “milícia digital” bolsonarista, motivo pelo qual foi convocado.
“Eu acho que já é hora desse elemento ser convocado para essa comissão, para que ele possa, entre outras coisas, esclarecer qual é a sua posição, o seu cargo, nessa milícia digital”, disse.
Responsável pelo requerimento apreciado em outubro, o deputado Rui Falcão (PT-SP) pediu ao senador Angelo Coronel que convoque o chefe da Secom na próxima sessão. “É de extrema oportunidade que o nosso requerimento, que a convocação do senhor Fábio Wajngarten, possa ser feita de imediato”, disse.
Apesar disso, o presidente da comissão não demonstrou interesse em adiantar a oitiva com Wajngarten. “Eu estou colocando em pauta, em primeiro lugar, as oitivas das pessoas que venham a somar com o conteúdo da convocação da CPMI”, disse.
De acordo com ele, não se pode misturar questões político-administrativas fora do foco da CPI na comissão. “Nós estamos chamando até agora quem tem algo a acrescentar à CPMI, e, no momento certo, se houver a necessidade, iremos pautar a chamada do Wajngarten”, disse.
“A ideia é ouvir todos, mas no momento certo”, completou.
‘Conduta ilibada’
Em defesa do chefe da Secom, a deputada Caroline de Toni (PSC-SC) afirmou que o publicitário tem uma “conduta ilibada” e defendeu as publicações no Twitter contra Petra, uma vez que o documentário estaria propagando “fatos falsos para o meio internacional acerca do impeachment“.
“Essa senhora, quando vai para os Estados Unidos, começa a denegrir a imagem do Brasil e do presidente da República, e o que o governo faz é nada mais que o seu dever de defender o interesse nacional e colocar a verdade sobre os fatos”, completou.
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) seguiu a linha da colega do partido e chamou o Democracia em Vertigem de “ficção científica”, além de elogiar Wajngaten. “Tem feito um ótimo trabalho a frente da Secretaria de Comunicação”, disse.
Adiamento da CPI
Relatora da CPMI, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que também é responsável pelo agendamento das convocações, sugeriu que a comissão faça mudanças na metodologia empregada até agora, escutando duas pessoas por vez, por exemplo, com a intenção de agilizar o andamento dos trabalhos.
A parlamentar afirmou também que consegue entregar o seu relatório na data prevista, mas acredita que é melhor alongar os trabalhos da CPMI. “Acho que, para o bem da investigação, para que cheguemos a um resultado efetivo nessas investigações, nós deveríamos começar a analisar a proposta de ampliar o tempo de existência da CPMI”, disse.
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