“Jair Bolsonaro ataca o mensageiro ao chamar jornalistas de ‘canalhas’, em uma estratégia recorrente da sua parte”. A afirmação é da Associação Brasileira de Jornalismo investigativo (Abraji), que se pronunciou após o ataque do presidente a repórteres do jornal O Estado de S. Paulo.
Desde domingo (9), o veículo publica uma série de reportagens indicando um esquema secreto de destinação de verbas orçamentárias dentro do Ministério do Desenvolvimento Regional, voltado a aliados do governo no Congresso Nacional. Apelidado de “Orçamento Secreto”, o esquema é baseado em ofícios que indicam um encaminhamento de verbas focado em agradar a base bolsonarista na Câmara e no Senado, e não foi negado pelos parlamentares que participaram do esquema.
Nesta terça-feira (11), Bolsonaro falou pela primeira vez sobre a situação: “Como um orçamento foi aprovado, discutido por meses e agora apareceu R$ 3 bilhões?, questionou o presidente a apoiadores no Palácio do Alvorada. “Só os canalhas do Estado de S. Paulo para escrever isso aí.”
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Para a Abraji, a imprensa tem o dever de cobrar o correto manejo do dinheiro público. “A Abraji repudia mais esse ataque à imprensa por parte da maior autoridade da República. Todo gestor público é objeto de escrutínio da sociedade e deve prestar contas de suas atividades à sociedade”, escreveu a entidade, em nota. “Em nome do interesse público, a imprensa assume o papel de fiscalizar a gestão do Estado.”
Leia a íntegra do posicionamento da Abraji.
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