A Organização Mundial de Saúde estima que a poluição atmosférica mata 7 milhões de semelhantes nossos a cada ano. Isto dá umas 13 mortes por minuto – ou uma a cada cinco segundos. Faça uma experiência e conte até cinco: um, dois, três, quatro e cinco. Pronto! Morreu outra!
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Estes resultados não discrepam de outros constatados no Reino Unido. Verificou-se, por exemplo, haver uma clara relação entre o desempenho dos alunos e os níveis de poluição do ar – assim como a produtividade nos ambientes de trabalho.
Mas talvez a demonstração mais eloquente seja aquela referente à criminalidade. Veja só: nos idos de 2018 concluiu-se uma pesquisa realizada ao longo de dois anos sobre nada menos que 600 áreas de Londres. Descobriu-se que quanto mais alta a poluição do ar maiores os índices de criminalidade – não importa se nas áreas mais ricas ou mais pobres da cidade. Idênticos resultados foram obtidos em outras duas pesquisas realizadas nos EUA – a primeira pelo respeitado Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a segunda por uma universidade da Califórnia.
Vista a poluição, lance agora um olhar aos poluidores. Veja-os abençoados pelas instituições. Homenageados e cumprimentados com subserviência nos mais refinados salões. Usufruindo de uma impunidade inversamente proporcional à dos miseráveis que enchem nossas masmorras.
Agora levante-se. Vá à janela. Contemple, enquanto ser humano, o mundo que temos construído – ou destruído – com suas nuvens de produtos químicos, resíduos, pó preto etc. Em seguida, encha seus pulmões – mas com coragem apenas, não com dignidade, pois que limpas nossas mãos apenas estão por conta da Bacia de Pilatos.