Nesta sexta-feira (5), data em que é celebrado o Dia do Meio Ambiente, um grupo de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles.
No ato, os servidores defenderam a importância da preservação ambiental no Brasil. Segundo o presidente da Associação dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente e o PECMA (Asibama-DF), Alexandre Gontijo, o governo “equivocadamente acredita que o meio ambiente é um entrave para o desenvolvimento, sendo que na verdade o meio ambiente é a base para o desenvolvimento. Não há desenvolvimento sem meio ambiente”.
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Veja o vídeo:
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Gontijo lamentou que o governo não entenda a importância da preservação ambiental para o desenvolvimento nem leve em consideração dados científicos. Segundo ele, a mensagem que o grupo quer passar à sociedade é de que é preciso reagir a retrocessos na agenda ambiental.
Em uma reunião ministerial cujo teor foi divulgado há duas semanas, Salles afirma que a pandemia de covid-19 é uma “oportunidade” para “passar a boiada” e desburocratizar processos na área ambiental. Segundo ele, é preciso aproveitar o momento em que as atenções da mídia estão voltadas para o novo coronavírus.
“Precisa ter um esforço nosso aqui, enquanto estamos neste momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, disse Salles conforme registrado em vídeo.
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O grupo se manifestou em frente à sede da pasta, em Brasília, e depois se dirigiu à Praça dos Três Poderes. Um balão inflável representando o presidente Bolsonaro apresentava uma motosserra suja de sangue e com as cores da bandeira nacional no lugar da faixa presidencial. Os manifestantes também empenharam faixas com os dizeres “Fora Salles”, “Essa boiada não vai passar” e “Bolsonaro Sai, Serviço Público Fica”.
Veja abaixo fotos do ato:
Afrouxamento na proteção da Mata Atlântica e da Amazônia
Recentemente, o governo flexibilizou a proteção da Mata Atlântica, determinando que desmatamentos irregulares feitos até 2008 serão anistiados ou terão recomposição menor, seguindo regra prevista no novo Código Florestal. Até então, o entendimento seguido pelo Ministério do Meio Ambiente era de acordo com o expresso na Lei da Mata Atlântica, que prevê multa e recuperação de toda área desmatada sem autorização a partir de 1993.
Segundo índices divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica, restam apenas 12,4% da cobertura florestal original no Brasil. O desmatamento do bioma cresceu 27% entre 2018 e 2019. Outro estudo também aponta que, durante a pandemia, em abril, os alertas de desmatamento da Amazônia registraram aumento de 63,75% em relação ao mesmo mês do ano passado.
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