Sem esperanças de qualquer mudança nos rumos da agenda ambiental do governo de Jair Bolsonaro, deputados estudam formas de levar as pautas do Brasil à COP26, a Conferência Climática da ONU marcada para novembro, no Reino Unido. O Insider conversou nesta segunda-feira (9) com o deputado Nilto Tatto (PT-SP), um dos poucos ambientalistas na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, presidida pela bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP).
A preocupação com os rumos do país no combate às mudanças climáticas foi reforçada após a divulgação nesta segunda de relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) reiterando o peso da ação humana no avanço do aquecimento global.
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Nilto Tatto afirma que tanto a agenda bolsonarista, quanto a agenda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e de parte dos integrantes das comissões de Meio Ambiente, da Agricultura e de Constituição e Justiça vão na contramão das medidas de combate às mudanças climáticas. “É uma ação articulada enquanto projeto de governo e articulada com o Parlamento. É uma agenda negacionista com relação à crise climática”, critica.
O deputado destaca que diversas propostas aprovadas pelo Congresso nos últimos meses dialogam com a própria política do governo de negar as mudanças climáticas. Entre os projetos, destaca, a medida provisória da Eletrobras, que incluiu incentivo a usinas térmicas.
O petista avalia que, da forma como a comissão de Meio Ambiente foi tomada por governistas, é “uma incógnita” se o colegiado, ou o próprio governo, construirão uma pauta a ser apresentada na COP26 com as metas e medidas a serem adotadas pelo país. Tatto questiona até mesmo se Bolsonaro participará da conferência.
O Ministério do Meio Ambiente, assim como o chefe da pasta, Joaquim Leite, tampouco se manifestaram sobre o relatório do IPCC. O Insider questionou o ministério sobre quais medidas o Brasil adotará para frear a crise climática, mas não recebeu respostas.