O chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), José Carlos Mendes de Morais, pediu exoneração na última sexta-feira (9), um mês após ter assumido o cargo. O órgão é subordinado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e responsável pela política de combate aos incêndios florestais.
A informação foi confirmada com a assessoria de imprensa do órgão, que informou ainda não haver definição sobre substituto. A nomeação dele havia sido publicada em 11 de setembro deste ano no Diário Oficial da União (DOU), por meio de uma portaria assinada pelo presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim.
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Segundo o G1, Morais enviou uma mensagem a colegas comunicando que havia solicitado sua exoneração e, sem dar detalhes, afirmou que sua saída se tratava de “motivo de força maior”. Ele agradeceu o apoio dos colegas no que ele chamou de “difícil, mas importante missão de promover o combate aos incêndios florestais que tem assolado várias regiões do país”. Por fim, disse estar certo de que continuarão “nessa luta de contribuir com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável”.
A exoneração do chefe do serviço ocorre em um momento de aumento das queimadas na Amazônia, no Pantanal e em outros biomas brasileiros. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vem sido acusado de atuar em prol do desmonte dos órgãos ambientais, tais como Ibama e ICMBio, e criticado por negligência na resposta a crimes ambientais.
Nos últimos dias, ele esteve no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, região que enfrenta incêndios desde o início de outubro. Depois de um sobrevoo na região, ele escreveu nas redes sociais que o incêndio havia acabado. Brigadista do Ibama, ICMBio Corpo de Bombeiros alertam , no entanto, que o risco de fogo na região ainda é crítico.
Acabou o incêndio na Chapada dos Veadeiros! ✅ pic.twitter.com/gOjhzGJO7V
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) October 11, 2020
Em editorial publicado neste domingo (11), o jornal Folha de S.Paulo defendeu que Salles deixe o governo por razões por pragmatismo comercial e diplomático e para manter a sustentação política do governo. “Manter auxiliar com tal reputação só servirá para inspirar desconfiança permanente sobre o governo”, diz o texto, que reflete a opinião do veículo. O ministro comentou o editorial no Twitter, onde escreveu que permanece na pasta e divulgou a #ficasalles.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da esquerda, digo à Folha que fico”… #ficasalles https://t.co/leyiKLtyJa
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) October 11, 2020
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