O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “uma parte considerável de quem desmata, às vezes até no mesmo lugar, é o indígena, é o caboclo”. A fala foi feita durante a live que o chefe do Executivo fez nessa quinta-feira (16). Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados no último dia 10, mostram que de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, o Brasil perdeu 3.070 quilômetros quadrados de floresta amazônica.
A área perdida equivale a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O total representa 26% a mais do que o mesmo período do ano passado. Os números referem-se aos 11.822 alertas de desmatamento nos primeiros seis meses do ano. Somente em junho deste ano, foram desmatados 1.034 km2, uma área 11% superior a junho de 2019.
Segundo o presidente da República, o desmatamento e as queimadas seriam muito menores do que o divulgado, pois as áreas desmatadas neste ano seriam as mesmas que sofreram esse processo no ano passado. Para Bolsonaro, as áreas que foram desmatadas tiveram um crescimento de mata nativa e agora foram novamente derrubadas. O presidente, entretanto, não explicou como isso seria possível, tendo em vista que está acontecendo um aumento dessa destruição.
O desmatamento em 2020 será maior do que em 2019, ano em que o Brasil registrou recorde de derrubada de vegetação nos últimos 10 anos, segundo dados do Inpe. O alerta veio dos sistemas Deter e SAD. Entre agosto de 2019 e abril de 2020, as taxas mensais de desmatamento ficaram todas acima das do período anterior.
O presidente afirmou ainda que a floresta “é úmida, não pega fogo”. Essa declaração já foi dada por Bolsonaro no ano passado, quando o país registrou recordes de queimadas.
Mesmo diante dos recorrentes recordes de desmatamento e queimadas, Jair Bolsonaro afirmou que o ministro responsável pela preservação do meio ambiente, Ricardo Salles, é excepcional e por isso não seria demitido.