Deputados da oposição afirmam que a polícia civil está promovendo repressão bolsonarista contra ONGs que atuam na defesa do meio ambiente e no combate aos incêndios na Amazônia. Nesta terça-feira (26) quatro brigadistas foram presos em Alter do Chão e a ONG Saúde e Alegria foi alvo de busca e apreensão. O deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que a operação aconteceu para dar base ao discurso do governo que vem tentando criminalizar as ONGs. “Está se produzindo algo para poder dar base a esse discurso mentiroso”, disse o deputado.
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Em coletiva no Salão Verde da Câmara, os parlamentares afirmaram que investigarão o caso. “O que está em jogo e que está sendo feito com a polícia lá do Pará é aquilo que nós acompanhamos que é o processo de criminalização por setores do judiciário, por setores das forças de segurança federal e dos estados, que é usar estes aparelhos do estado como braço político para uma causa política”, disse Tatto.
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“A gente se cala quando se criminaliza um movimento popular, se cala quando se criminaliza uma ONG, se cala quando se criminaliza os terreiros. Na hora que isto chegar nas igrejas, na hora que isto chegar nas redações, não vai ter mais tempo para poder se calar”, disse antes de concluir afirmando que a Frente Parlamentar Ambientalista acompanhará este caso de perto.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Helder Salomão (PT-ES), também afirmou que a operação desta terça é uma tentativa de criminalizar o trabalho desenvolvido pelas ONGs. “Começou a se tornar frequente a tentativa de se criminalizar aqueles que lutam por justiça, em defesa meio ambiente, em defesa dos direitos humanos, em defesa da democracia e da cidadania”, disse.
“Fica claro que tem muitas coisas nebulosas neste processo. Vamos adotar na comissão de direitos humanos, eu vou providenciar ainda hoje um pedido de informação ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Também vamos fazer um pedido de informação à Secretaria de Segurança do Estado do Pará e também vamos buscar informações com a polícia civil sobre o inquérito”, concluiu.
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