A Amazônia Legal bateu novo recorde de área sob alerta de desmatamento atingindo, em maio de 2021, o pior índice para este mês desde 2016, ínicio da série histórica. Nesta sexta (4) o Instituto de Pesquisas Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nota informando que até o dia 28 de maio os alertas de desfloração abrangeram uma área de 1.180 km². Isso corresponde a um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2020.
“O desmatamento neste ano será o que os madeireiros ilegais, garimpeiros criminosos e grileiros quiserem que seja. E, neste momento, eles não têm nenhum motivo para se controlar, já que o próprio governo federal, que deveria coibir a ilegalidade, os incentiva com atos e discursos”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Esta é a primeira vez que o número ultrapassa 1.000 km² no mês de maio. Este é o terceiro mês seguido que o Inpe registra recordes de desmatamento. Os dados são emitidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), responsável por auxiliar os órgãos de fiscalização e apontam para problemas iminentes. Os sinais do Deter são emitidos diariamente e resultado da observação, via satélites, de áreas maiores que três hectares.
Por nota, o Observatório do Clima ressaltou a gravidade deste saldo. “O dado é preocupante, porque o mês de maio marca o início da estação seca, quando a devastação se intensifica, em grande parte da região amazônica”.
A Amazônia Legal abrange oito estados: Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, o que corresponde a 59% do território brasileiro.
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