As usinas hidrelétricas do Rio Paraná e de dois de seus afluentes, o Rio Paranaíba e o Rio Grande, enfrentaram em maio de 2021 alguns dos piores níveis em 91 anos de medição. Um relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indica que a calha principal do Rio Paraná está com os piores níveis de produção energética na série histórica, assim como o Rio Grande. O Rio Paranaíba está no seu segundo pior mês de maio.
O índice preocupa não apenas pela estiagem, mas porque pode interferir na segurança energética do país, e eleva o risco de um novo racionamento no país. As bacias respondem, conjuntamente, por mais de uma dezena de usinas hidrelétricas que garantem 53% da capacidade de todo o sistema elétrico no Brasil – incluindo a usina de Itaipu, a maior do país, e pelo sistema de Furnas. Juntos, são responsáveis por abastecer os grandes centros urbanos do país.
Com a estiagem, o alerta é claro. “A perda do controle hidráulico na bacia do Paraná implicaria em restrições no atendimento energético nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste”, indica o ONS. Ou seja: poderá faltar energia em todo o país, caso a situação não melhore.
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Veja a íntegra do relatório da ONS:
Os níveis baixos também implicam em mudanças de logística na região: barcos que escoavam parte da produção de soja do centro-oeste para São Paulo, se valendo de hidrovias nos rios Grande e Tietê, estão com sua circulação suspensa devido ao baixo nível dos rios. Caso estes níveis críticos se mantenham, quatro reservatórios na bacia do Rio Paranaíba poderiam chegar a agosto com reservatórios esgotados.
Para solucionar o problema, o ONS sugere alterações em duas frentes: além de sugerir a redução do uso de água nas usinas hidrelétricas da região – o que diminuiria as perdas – o governo pode flexibilizar as restrições da Usina Hidrelétrica de Xingó, no Rio São Francisco, para garantir mais segurança energética ao sistema.
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