O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que o ex-ministro da Saúde e general da ativa do Exército, Eduardo Pazuello, provavelmente será punido por ter participado da manifestação pró-Jair Bolsonaro na manhã de ontem (23), no Rio de Janeiro. Antes, pondera Mourão, Pazuello pode pedir transferência para a reserva do Exército e “atenuar o problema”.
A informação é do jornal O Globo. “Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, disse.
Ontem, o Congresso em Foco confirmou com interlocutores próximos ao Comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, que Pazuello será encaminhado para a reserva. Falta saber se a decisão é ou não retroativa.
O ex-ministro do governo, general Santos Cruz, disse que “o presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política é irresponsável e perigoso”.
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DE SOLDADO A GENERAL TEM QUE SER AS MESMAS NORMAS E VALORES. O presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política é irresponsável e perigoso. Desrespeitam a instituição. Um mau exemplo, que não pode ser seguido. PÉSSIMO PARA O BRASIL.
— General Santos Cruz (@GenSantosCruz) May 24, 2021
No artigo 45 do Estatuto Militar, está expresso que oficiais da ativa não podem participar de manifestações políticas, por isso, em tese, Pazuello deve ser punido. Conforme o Congresso em Foco adiantou, o Comandante-geral do Exército, Paulo Nogueira, deve mandar Pazuello para a reserva.
A decisão é delicada porque o presidente Jair Bolsonaro pode vetar a decisão do Comandante e abrir uma nova crise no Exército. No final de março, os comandantes das três Forças Armadas pediram demissão após o ex ministro da Defesa, Fernando Azevedo, ser demitido por não concordar com o uso político das Forças por Bolsonaro.
> Comando do Exército vai transferir Eduardo Pazuello para a reserva