Os técnicos da CPI da Covid entraram em contato, durante o final de semana, com outros técnicos – desta vez, na beira das quatro linhas: em um documento enviado à área técnica da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os membros do Senado Federal buscaram convencer a organização de que a promoção da Copa América no Brasil, mesmo sem público, será um “mau exemplo” protagonizado por um país que deve chegar a meio milhão de mortos pela covid-19 no dia da abertura do evento.
“Nosso modesto propósito é informar, alicerçados em argumentos estritamente técnicos, sem qualquer viés político”, indica a nota, encaminhada à CBF. “As razões para a realização da Copa América na iminência de uma terceira onda da pandemia no Brasil não corresponde a opção sanitária mais segura para o povo brasileiro.”
O documento é mais um episódio da intervenção da política no futebol por conta da Copa América. O próprio evento, que deve começar em 13 de junho, só será sediado no Brasil por pressão do presidente da República Jair Bolsonaro, que atendeu rapidamente os pedidos da Conmebol para organizar por aqui um torneio já recusado por Colômbia e Argentina.
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O argumento máximo para a não realização da Copa América é o momento da pandemia no país. “Morrem em média perto 2 mil brasileiros todos os dias vitimados pela doença e o colapso do atendimento hospitalar se avizinha. Isso significa que a cada partida de futebol da Copa América, de 90 minutos, mais de 120 brasileiros estariam morrendo ao mesmo tempo. Futebol é uma das maiores expressões da alegria.Há alegria em uma situação como essa?”, questionam os técnicos.
Há suspeitas de que os próprios jogadores da Seleção se rebelem contra a realização do torneio – uma manifestação formal, em nome da equipe, deve ser feita após o jogo contra o Paraguai, nesta terça-feira (8), válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O técnico da seleção, Tite, também indicou que deve se manter ao lado dos jogadores.
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