O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou ter uma “relação protocolar” com o presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. Mourão também destacou ter “subentendido” que não será escolhido como vice para a reeleição em outubro.
“Nossa relação é protocolar. Ele é presidente, eu sou vice-presidente. Procuro executar as tarefas que ele me dá, como essa tarefa que ele me deu de ir ao Chile [para a posse de Gabriel Boric, novo presidente do país, prevista para a sexta-feira, 11 de março]”, ressaltou o vice-presidente.
Bolsonaro já chegou a afirmar, em julho do ano passado, que o vice-presidente era como um cunhado: “você casa e tem que aturar“. Mais recentemente, o vice-presidente foi o primeiro do alto escalão do governo a se manifestar sobre a invasão da Rússia à Ucrânia e afirmou que o Brasil não estava “neutro”. No dia seguinte, Bolsonaro desautorizou o próprio vice e afirmou “ele está falando algo que não deve“.
Mourão afirma que o presidente ainda não comunicou oficialmente que não o terá como vice, mas que já considera esta realidade. “Subentendi pelas manifestações dele, por alguns comentários que ele me mandou algumas vezes”, destacou. O vice-presidente acredita que o ministro da Defesa, Braga Netto, assumirá o posto e foca na eleição para senador pelo Rio Grande do Sul.
Mourão irá se filiar ao Republicanos no próximo dia 16. O partido da base do governo, integrante do chamado Centrão e ligado a Igreja Universal, tem dados sinais de insatisfação com o presidente Jair Bolsonaro e ameaça não apoiar sua reeleição. No entanto, o vice-presidente reafirma que apoiará o presidente e que espera contar com apoio na eleição para o Senado.
Questionado sobre a reação das Forças Armadas a uma eventual vitória do ex-presidente Lula (PT), Mourão ressaltou que as “Forças Armadas têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela” desde o término do período dos presidentes militares. “As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum”, destacou.
Publicidade