A Rede Sustentabilidade aprovou na tarde deste sábado (12), de maneira unânime, a formação de uma federação partidária com o Psol para as eleições de 2022. Atuando juntos, os partidos esperam conseguir dobrar as cadeiras na Câmara dos Deputados em 2023. “Hoje, nossa expectativa é eleger pelo menos 20 deputados”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao Congresso em Foco. Atualmente, o PSOL conta com nove parlamentares, e a Rede tem a deputada Joenia Wapichana (RR). No senado, apenas RandolFe representa a Rede, e o PSOL não tem parlamentares.
Segundo ele, o objetivo é fazer bancadas em vários estados. Entre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará e Amapá.
A decisão foi anunciada por Rodrigues em sua conta oficial no Twitter. “Um passo importante na nossa luta contra o fascismo e por um Brasil mais justo e sustentável para o nosso povo!”, disse o senador.
É com imensa alegria que anuncio que o nosso partido, Rede Sustentabilidade, decidiu, de forma unânime, pela federação com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Um passo importante na nossa luta contra o fascismo e por um Brasil mais justo e sustentável para o nosso povo!
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Publicidade— Randolfe Rodrigues 💉👓 (@randolfeap) March 12, 2022
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se disse feliz pela decisão da outra legenda. “Mostra confiança no PSOL e abertura para construir um projeto de esquerda renovado”, disse, antes de ressalvar: “no PSOL o debate segue, mas esperamos concluí-lo nas próximas semanas.”
Além do parlamentar, as ex-senadoras Marina Silva e Heloísa Helena também foram favoráveis à união partidária. Na prática, a lei prevê que a federação partidária deverá durar, no mínimo, quatro anos. Uma vez unidos, os partidos atuarão juntos nas eleições deste ano e em 2024.
Um dos objetivos da federação é auxiliar os partidos a cumprirem a cláusula de desempenho, o que neste ano requer 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, distribuídos por um terço das unidades da federação.
Os partidos, no entanto, ainda não bateram o martelo sobre os próximos passos para as eleições presidenciais deste ano. Federados, Rede e Psol deverão lançar um único candidato ou decidir, juntos, quem apoiar.
Críticas dentro do PSOL
Há, no entanto, dissidências dentro do PSOL a respeito da federação com a rede. Um dos descontentes é o deputado Gláuber Braga (PSOL-RJ), que chamou a proposta de “erro”.
“Essa federação com a Rede é um grave erro político por parte da atual direção do PSOL. Diluição ideológica que não ajuda em absolutamente nada no enfrentamento a Bolsonaro”, disse o deputado à reportagem. O deputado fluminense, que é casado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), representa uma ala do partido que defende maior autonomia e independência da legenda – Gláuber chegou, inclusive, a se colocar como pré-candidato à presidência pelo partido.