Marcela Thaís Panke (Porto Alegre), Danielle Cambraia e Letícia Nobre
Especial para a Revista Congresso em Foco
O entusiasmo provocado pelas notícias de que 2013 será “o ano dos concursos” contagiou Everton de Jesus Silva em Porto Alegre. O geógrafo de 29 anos já participou de mais de dez seleções, como as do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), da Secretaria da Educação de São Paulo e do Ministério Público da União (MPU). Hoje, quase todo o tempo disponível do gaúcho é dedicado à preparação para concursos. Como ele, estima-se que outros 13 milhões de brasileiros estão de olho em um cargo no serviço público. Somente para este ano, devem ser oferecidas 130 mil vagas por meio de concurso, como mostra reportagem de capa da Revista Congresso em Foco.
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O sonho de Everton é o cargo de auditor fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho, para o qual se prepara há três anos. A rotina envolve de oito a dez horas diárias de estudo, incluindo leituras, aulas online, com a jornada terminando com a resolução de exercícios e a realização de mapas mentais do conteúdo estudado. Ah, sim. Mapa mental é uma espécie de diagrama – há vários modelos disponíveis na internet – feito para compreender e memorizar de modo inteligente um problema ou um assunto.
O geógrafo explica que sua principal motivação para concorrer a uma das vagas mais esperadas para 2013 não é o salário inicial de R$ 13,6 mil. “O cargo é muito gratificante pois é possível mudar a realidade das pessoas que sofrem com problemas relacionados à área trabalhista e à segurança e saúde no trabalho”, afirma o candidato, trazendo à tona dois elementos muitas vezes esquecidos pelos concurseiros: a afinidade com a carreira e a vocação para servir à sociedade.
O estudante de Engenharia da Computação Jefferson Henrique Soares, 23 anos, também de Porto Alegre, teme não conseguir realizar seus planos pessoais com os salários da iniciativa privada. Ele está disposto a sacrificar algum período da sua vida até alcançar esse objetivo. Prevê dois anos de preparação intensa, com muitas renúncias ao lazer e a prazer, para estar pronto para aproveitar as “grandes oportunidades”. Sua intenção: “ter independência financeira e constituir família”. O caminho que optou para chegar lá: a Polícia Federal.
Em Brasília, Lucas Nunes, 28 anos, também tem por meta ser policial, mas os primeiros concursos a que concorreu foram relacionados à sua área de formação: Análise de Sistemas. Sem poder se dar ao luxo de parar de trabalhar, o candidato concilia uma jornada de oito horas no emprego com os estudos. Ele explica que as frustrações com a perspectiva de crescimento na iniciativa privada o fizeram enxergar o setor público como opção de carreira. Para atingir seu objetivo, Lucas reserva para estudar boa parte do tempo que tem longe do trabalho. “No trajeto para casa, ouço aulas que gravo. Nos finais de semana, pratico exercícios por causa do teste de aptidão física. E também estudo com amigos que têm mais experiência em concursos”, relata o estudante, certo de que o prêmio pelo eventual sucesso compensará com folga todo o esforço de hoje.
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