Thomás Alves,
Especial para o SOS Concurseiro/Congresso em Foco
As paralisações dos docentes e servidores técnico-administrativos das universidades federais acabaram deixando matrículas e aulas suspensas, mas não afetaram o cronograma previsto nos editais dos concursos públicos destas instituições. Levantamento feito pelo SOS Concurseiro/Congresso em Foco constatou que, das 57 universidades que aderiram ao movimento, desde maio, nenhuma vai realizar alterações nos processos seletivos de novos servidores.
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Cinco universidades estão com concursos em andamento e três têm inscrições abertas. Somadas, são 246 vagas, para nível médio, médio/técnico e superior. Os salários vão de R$ 1.473 a R$ 7.627, além de uma gratificação chamada Retribuição por Titulação (RT), para os cargos de docentes.
Uma das unidades com inscrições abertas, e cujos docentes aderiram ao movimento grevista, é a Universidade de Brasília (UnB), que tem vagas para professor adjunto e assistente. A instituição foi prejudicada com o atraso do ano letivo. Mas a paralisação não afetou o concurso. “Basicamente, quando surge uma vaga, a diretoria ou o responsável pelo setor faz a solicitação para que o Decanato de Gestão de Pessoas envie edital a ser publicado no Diário Oficial da União. Com a greve, este setor de concursos não sofreu impacto e os trabalhos seguiram normalmente”, informou Arley Marques, responsável pela coordenadoria de provimento da Universidade de Brasília.
Já a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) tem processo seletivo em andamento. O concurso é para carreira do Magistério Superior e tem provas marcadas no período de 1º a 18 de outubro. Assim como as demais, os procedimentos relacionados aos concursos públicos e seleções simplificadas não pararam devido à greve.
PublicidadePequena demora
O que pode ocorrer é uma demora nos processos de análise de recursos das etapas das seleções públicas. Mas, de acordo com a responsável pela Diretoria de Concursos da UFPEL, Rosalina Maria, as datas dos editais não serão retificadas. “Os processos referentes aos nossos concursos são enviados às unidades acadêmicas para as providências necessárias: como análise de inscrições; decisão quanto às homologações; definição de datas de provas e de comissões examinadoras. Em algumas unidades, esses processos podem estar um pouco mais demorados, devido ao fato de os servidores estarem em greve”, explicou.
Apesar da expectativa de demora, a espera não deve se alongar. Isto porque os grevistas já estão voltando ao trabalho. De todas as universidades em greve, apenas 23 mantêm a paralisação. Os servidores técnico-administrativos, que decidiram encerrar o movimento, aceitaram a proposta de reajuste oferecida pelo governo. Em reuniões com a Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, os dirigentes da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) concordaram com o aumento de 15,8%, divididos pelos próximos três anos. Com o acordo, os líderes sindicais de cada estado começaram a se reunir para organizar a volta ao trabalho. Aos poucos, a categoria retorna.
Com relação aos professores, parte da categoria também aceitou reajustes que variam entre 20% e 45%. Mesmo que os docentes continuassem com a paralisação, não haveria efeito nos concursos para seleção de novos servidores.É que as universidades possuem, dentro da divisão institucional, um departamento, especificamente responsável pelo desenvolvimento de concursos, que geralmente é ligado à gestão de pessoas. Em nenhuma instituição federal do Brasil, os funcionários deste setor não aderiram à greve.
Outro exemplo de instituição que não alterou o cronograma de concursos foi a Universidade Federal de Roraima (UFRR). As inscrições do concurso para professores já terminaram no início deste mês, e os funcionários garantem que o cronograma segue de forma regular. “Os professores já optaram pela finalização. Mas, mesmo que continuassem, isso não atrapalharia o decorrer dos concursos. O nosso pessoal responsável pelo serviço dos certames trabalhou com a equipe completa, desde o início do movimento. Não houve defasagem”, disse Manoel da Silva, chefe de divisão de seleção da diretoria de Recursos Humanos da UFRR.
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