No começo da semana, o governo apresentou a ideia de financiar o Renda Cidadã – programa que pode substituir o Bolsa Família – usando recursos do Fundeb e do pagamento de precatórios. A proposta foi criticada por muitos congressistas que alegaram que tirar dinheiro dos precatórios é calote e que usar o Fundeb é pedalada e um desrespeito à educação.
Uma das vozes mais críticas à ideia é a da deputada Tabata Amaral(PDT-SP). Segundo ela, governo age com covardia ao propor avançar sobre o Fundeb.
“Que país é este que tira dinheiro da educação para financiar um projeto de complemento de renda quando nunca encarou os supersalários que existem?”, questiona. “Isso é uma covardia”, considera.
Em entrevista ao Congresso em Foco a deputada lembrou que durante a discussão da PEC do Fundeb, o Congresso rejeitou reservar recursos do fundo para programas sociais.
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O governo via no Fundeb a possibilidade de burlar o teto de gastos e financiar o Renda Brasil. Mas se a gente tem qualquer sonho ou vontade de um dia ver este país ser justo e desenvolvido não é da educação pública que vamos desviar, pelo amor de Deus. Isso é uma covardia. Descabido. Da mesma forma que o governo perdeu no voto, perdeu na sociedade vai perder novamente.
A deputada não é contra a implementação do programa, mas apresenta objeções à solução de financiamento proposta pelo Planalto.
Publicidade“Espero que o governo encontre uma fonte de receita para financiar o programa, mas que seja de uma forma responsável, mas não vai ser da educação não. Fico angustiada, triste revoltada, mas não estou preocupada, pelo tudo o que vi que a gente fez na mobilização pelo Fundeb”, afirmou.
A cobiça sobre o Fundeb e outros recursos da educação para o financiamento de políticas públicas é tema de live nesta segunda-feira (5) no Congresso em Foco, em parceria com a Febrafite e o Movimento Viva, do Fisco Paulista.
Participam do debate, além da deputada Tabata Amaral, a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), a presidente da Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Luciene Pereira, e a vice-presidente da Febrafite, Maria Aparecida Meloni. A medição será do jornalista João Frey, chefe de redação do Congresso em Foco.