A Eletrobras anunciou, na noite dessa quarta-feira (24), que o atual secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, será o novo presidente da estatal. Limp teve sua indicação aprovada pelo Conselho de Administração da Empresa e ocupará a vaga deixada por Wilson Ferreira Júnior no comando da companhia.
Após a aprovação de seu nome pela Casa Civil, Rodrigo Limp deverá ser eleito conselheiro de administração, em assembleia geral ordinária, e, posteriormente, confirmado pelo Conselho de Administração como novo presidente da Companhia. “Ele foi avaliado e recomendado pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, entrevistado e aprovado, por maioria, pelo Conselho de Administração, e atende aos requisitos legais e de qualificação técnica necessários para o cargo”, afirma a empresa em comunicado ao mercado (leia a íntegra).
Engenheiro elétrico formado na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), Rodrigo Limp foi diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de maio de 2018 a março de 2020, indicado pelo ex-presidente Michel Temer. A saída de Wilson Ferreira foi atribuída às dificuldades enfrentadas pelo governo para privatizar a Eletrobras. Uma MP sobre o assunto está em tramitação no Congresso. A privatização da empresa também está no plano nacional de desestatização.
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Saída de conselheiro
Ainda na noite de quarta-feira (24), a Eletrobras divulgou um comunicado ao mercado no qual anuncia a renúncia do conselheiro de administração e coordenador do Comitê de Auditoria e Risco Estatutário, Mauro Gentile Rodrigues Cunha. Em sua manifestação (leia a íntegra), o conselheiro alegou que a decisão do conselho de administração de aceitar a indicação de Rodrigo Limp “desviou do processo sucessório com o qual o conselho se comprometeu”. Mauro também acrescentou que o conselho “ignorou a opinião formal da consultoria externa independente contratada para os assessorar neste processo”.
“O Conselho de Administração da Eletrobras decidiu, contra o meu voto, acatar a indicação do acionista controlador para o cargo de Presidente da Eletrobras”, escreveu o ex-conselheiro. “[O Conselho] ignorou a opinião formal da consultoria externa independente contratada para nos assessorar neste processo, no sentido de que ‘não recomenda o candidato para o cargo de Diretor Presidente’. Mais do que isso, inquirida, confirmou que manteria tal opinião ainda que a especificação do cargo fosse alterada para um maior foco em questões regulatórias, notadamente ligadas ao processo de capitalização da Eletrobras”.
Mauro também escreveu que, na reunião que o Conselho fez para analisar a indicação de Limp, houve ainda a “quebra irremediável de confiança no processo de governança do conselho”. “Faço votos para que as sementes de governança plantadas persistam e voltem a florescer, levando a Eletrobras a novos voos para cumprir seu propósito de dar energia para o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade”, acrescentou.
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