O ministro da Economia, Paulo Guedes, vai anunciar nesta quarta-feira (21) a lista das 17 empresas estatais que o governo federal quer privatizar neste ano. Uma delas, contudo, já é sabida e terá o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para ser entregue ao capital privado. É a Eletrobras, que foi tema de uma reunião entre Maia; Guedes; o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e diversos líderes partidários da Câmara nesta quarta.
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Na saída da reunião, Maia indicou que vai se empenhar na tramitação do projeto de privatização da Eletrobras alegando que esta empresa hoje está sendo financiada por recursos que poderiam ser usados na educação, na saúde e na infraestrutura. “Se o setor privado está disposto a colocar dinheiro no setor elétrico e no setor de saneamento, por que a gente vai ter criar obstáculos e problemas para o setor privado? Ao contrário. Temos que ter uma regulação forte que obrigue os investimentos das empresas privadas nessas áreas e que a gente possa avançar”, argumentou.
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O presidente da Câmara afirmou ainda que “este é um tema que quer trabalhar com o governo, mostrando aos deputados de Minas e de parte do Nordeste que, com isso, a gente vai ter recursos, por exemplo, para revitalizar o São Francisco”.
Ele explicou que os parlamentares das áreas atingidas pelo sistema Eletrobras têm medo de que a privatização tire recursos da região, mas garantiu que vai mostrar, junto com o governo, que a privatização na verdade vai garantir mais recursos para a Eletrobras e para outros projetos prioritários para esta região. “Combinei com o ministro Bento para fazer mais uma reunião. Vou convidar alguns deputados do setor, inclusive o ex-ministro Fernando Coelho, para que a gente possa construir um projeto em que os deputados que têm alguma dificuldade porque estão no eixo das empresas do sistema Eletrobras compreendam que o setor privado vai investir, que vai ter uma regulação forte parte e que parte dos recursos da venda vai ser destinada aos estados da região onde o sistema Eletrobras existe”, contou Maia.
Ainda não se sabe, contudo, se o governo vai enviar um novo projeto sobre a privatização da Eletrobras para o Congresso ou se os parlamentares darão seguimento ao projeto já existente, que foi apresentado no governo Temer. “É uma decisão do governo”, destacou Maia, afirmando, porém, que o que for decidido pelo governo será priorizado na Câmara.
Nessa terça-feira (20), contudo, os deputados rejeitaram a medida provisória que destinava R$ 3,5 bilhões para a Eletrobras. Os recursos seriam usados para cobrir dívidas de seis distribuidoras da empresa que foram vendidas em 2018. Por isso, agora a Eletrobras terá que assumir as dívidas dessas subsidiárias, o que deve comprometer o seu balanço e, consequentemente, afetar os termos da privatização.