O ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23) após ser convocado a dar explicações sobre a offshore que que mantém nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. Em sua fala inicial, o chefe da Economia afirmou que as offshores são “veículos de investimentos absolutamente legais”.
Guedes negou irregularidades e disse que os investimentos, hoje, são administrados por terceiros. Porém, as explicações do ministro não têm agradado parlamentares, principalmente da oposição, que acusam Guedes de conflitos de interesses.
Veja como foi a participação do ministro:
A denúncia da existência da offshore do ministro foi feito pelo Pandora Papers, apuração do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a partir de documentos sobre finanças internacionais e paraísos fiscais.
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A propriedade de empresas offshore no exterior não é ilegal, mas fere o Código de Conduta da Administração Pública, que veta essa possibilidade para servidores cuja atuação possa interferir no desempenho dessas empresas no exterior. Guedes é o responsável pela política cambial e, em tese, sua empresa no exterior lucra toda vez que o real se desvaloriza perante o dólar.
O requerimento de convocação de Guedes foi feito pelos deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Paulo Ramos (PDT-RJ). O líder do DEM questionou o ministro sobre movimentações financeiras no âmbito da própria offshore.
Porém, o ministro defendeu ter direito à privacidade e se limitou a dizer que “todas as instâncias pertinentes”, como a Receita Federal e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República, têm acesso a todas as informações.