Conduzido na semana passada à liderança do PT na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (MG) defende que o partido faça uma posição mais dura ao governo Bolsonaro em 2022. Segundo ele, caberá à legenda aumentar a resistência à atual gestão e unificar esforços com outras siglas da esquerda e centro-esquerda para constituir uma base de sustentação ao ex-presidente Lula caso ele derrote Bolsonaro no próximo ano.
Para o líder petista, 2022 será um ano de resistência e travessia. “Teremos ainda um ano de Bolsonaro. Precisamos aumentar a resistência e a denúncia e garantir a travessia. Fazer política de reparação de danos, aumentar o diálogo com a sociedade e aumentar a mobilização contra um governo desorganizado e despreparado”, disse o deputado ao Congresso em Foco. “Vamos aumentar nossa resistência, a denúncia”, reforçou.
Reginaldo Lopes defende que o PT forme uma federação partidária com o PSB, o PV, o Psol e o PCdoB, conforme negociações em andamento. Com a federação, os integrantes atuarão como se fossem um só partido durante os quatro anos da legislatura.
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“Isso será importante. Ao contrário das coligações, que eram meramente aliança eleitoral, agora será uma aliança política e programática. Acho necessário, até porque, na minha opinião, essa será uma reivindicação dos partidos que apoiarão o presidente Lula”, afirmou. Na avaliação dele, o PT terá também de ceder aos apelos dos aliados.
“Cabe ao PT compreender que, do ponto de vista eleitoral, isso é importante para os partidos. Será muito importante para o futuro da esquerda, e para a nitidez programática do governo Lula esse bloco de forças políticas”, acrescentou.
Um dos primeiros atos da liderança de Reginaldo Lopes será a realização de um seminário com a bancada do PT na Câmara, entre os dias 31 de janeiro e 1o de fevereiro de 2022. Segundo ele, além de resistir, o partido terá de resgatar seu lado, apontando para o futuro, e se preparar para uma transição democrática caso vença a eleição presidencial.
Publicidade“O nosso legado é o nosso grande passaporte para voltarmos à Presidência da República. É o ganho real, a política de proteção social federativa, os planos de obra, o orçamento com aumento de investimentos, as obras estruturantes, e não obras feitas por indicações meramente parlamentares”, ressaltou.
Em seu quinto mandato federal, Reginaldo Lopes defende que o PT divulgue seu programa para o país, apontando para a necessidade das reformas estruturantes, como a tributária, de plano para eliminação da miséria e da desigualdade social e pense além da eleição. Para ele, uma eventual chapa entre Lula e Geraldo Alckmin, para vice, tem condições de trilhar esse caminho.
“Lula quer o desenvolvimento do país, quer reduzir o desemprego e a fome, quer unificar o Brasil. Alckmin tem uma história mais de socialdemocracia no PSDB, mais progressista dentro do partido, e agora rompeu com o PSDB. É um municipalista, entende que não tem política pública sem Estado. Tem conceito diferente da gente do papel do Estado, mas não é defensor do estado mínimo, do ultraliberalismo e do capital improdutivo”, considerou. Para o líder petista, a eleição de Lula passará pelo diálogo com todos os setores da sociedade. “Temos capacidade de atrair setores que não estão no campo da esquerda e centro-esquerda para elaborar uma sustentabilidade política para o nosso programa”, afirmou.
Federações partidárias beneficiam legendas menores e incentivam fusões