O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou nesta tarde (26) os atritos entre Jair Bolsonaro e a equipe do Ministério da Economia após a suspensão do Renda Brasil. De acordo com o deputado, da mesma forma que o anúncio do programa “vazou”, o presidente se manifestou publicamente sobre sua suspensão.
Maia voltou a defender o teto de gastos e disse que Bolsonaro está ciente de que a Câmara não vai votar “nada que vá desrespeitar o teto até 1º de fevereiro”. Ainda de acordo com o deputado, o adiamento do Renda Brasil abre espaço para PEC dos gatilhos. “É o caminho correto”, disse. “Organizar os gatilhos para ver até onde o parlamento está disposto e o governo encaminhar as propostas. Têm que ser matérias apresentadas e votadas de forma independente”.
Para o presidente da Câmara nada terá solução se “não acabar com muitos programas, desindexar orçamento público”, por exemplo. “Ter uma PEC que trata de muitas coisas me parece que vai dar errado. Vamos enfrentar esse debate porque teremos de encontrar uma solução além do Bolsa Família dentro do teto de gastos. Não dá pra criar receita sem respeitar o teto”.
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O deputado comentou que na reunião que teve com Bolsonaro foi apresentado ao presidente a dificuldade da prorrogação do auxílio-emergencial no valor de R$ 600. “Chegamos em um ponto que não cabe mais à Câmara discutir valor. No momento mais difícil da pandemia defendemos R$ 600 e a prorrogação por dois meses. Está na hora do governo fazer sua proposta olhando o orçamento e a dívida pública e trabalhar para criar convergência.”
Maia apontou que há caminhos para serem trilhados pelo governo e a equipe econômica. “Quando a gente abre o aplicativo do banco dá uma vontade enorme de usar o limite do cheque especial. Dá uma vontade enorme de colocar R$ 30 bilhões de investimento, de manter os R$ 600, mas depois vem a conta com aumento do desemprego, com aumento de juros. Estou disposto a fazer debates. O abono faz sentido. Tem que ir pensando em outros programas para que o teto de gastos seja liberado. Tem alguns caminhos. Precisamos sentar e começa pelo Senado e depois vai para a Câmara”, apontou.
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