O conceito e a necessidade de uma regulamentação sobre taxonomia verde para o Brasil foram discutidos na live “Quem disse que é economia verde?”, promovida pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), nesta segunda-feira (25). O debate contou com a presença do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) , coordenador da Frente Parlamentar da Economia Verde, André Lima, advogado e consultor sênior de Políticas Públicas do IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade), Camila Gramkow , 0ficial de Assuntos Econômicos da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), Gustavo Pinheiro , coordenador do portfólio de economia de baixo carbono do ICS (Instituto Clima e Sociedade), José Luis Gordon, secretário-executivo da ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento) e Luciane Moessa, pós-doutora em Direito Econômico e Financeiro e diretora da SIS (Soluções Inclusivas Sustentáveis).
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O coordenador do IDS, André Lima, ressaltou a importância do trabalho para democratizar o debate em torno da regulamentação da taxonomia verde. Para ele, quanto mais diálogo houver a respeito da taxonomia verde, maior a chance de aprovação de regulamentações mais consistentes.
Atualmente, o Brasil possui vantagens comparativas e competitivas para a implementação de uma estratégia nacional para a transição para uma economia verde e inclusiva. De acordo com o IDS, a regulamentação de uma taxonomia verde é um passo fundamental para o direcionamento de políticas públicas.
Também presente na live, Luciane Moessa, da Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), explicou a que a taxonomia é recente dentro do desenvolvimento das finanças sustentáveis a nível global. “A taxonomia surge pra tentar dar maior objetividade para a definição de quais atividades econômicas podem ser enquadradas neste conceito”, explica a pesquisadora. Moessa também ressalta que a taxonomia, no momento atual, é um conceito utilizado para definir investimentos e fundos verdes. “Investidores de modo geral, estão cada vez mais interessados em ter um portfólio ou uma carteira de investimentos verdes. As empresas também buscam um alto padrão para que elas possam ser guiadas e se alinharem para conseguir mais investimento”, disse.
Atualmente são inúmeros os desafios enfrentados pela sociedade na transição climática. Em termos de investimento, tanto o setor público quanto o privado se veem convocados para fazerem parte da construção de um mundo mais verde.
José Luis Gordon, membro da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), defendeu a abertura de possibilidades que podem ser adotadas dentro da taxonomia. Para além do verde, ele acredita que a causa pode ser transformada em diferentes locais de fala. “A gente está extrapolando o conceito de ‘verde’. Cremos que o verde é muito restrito à questão ambiental. No Brasil, temos que trabalhar com o conceito de sustentabilidade. Com ele, você consegue levantar tanto a questão ambiental, como a questão social e como, por exemplo, questão de gênero e diversidade”
Gustavo Pinheiro também entrou no mérito social e como a taxonomia poderá render pautas voltadas para a diversidade e a minoria. “Temos que olhar com muito cuidado para questão social, principalmente para inclusão de grupos que tradicionalmente têm menos oportunidades. Questão de gênero, questão de raça, todas devem ser colocadas nessa balança para que a gente consiga uma taxonomia brasileira que se harmonize às taxonomias estrangeiras com o objetivo de alavancar os investimentos e conquistar um sistema de comércio internacional robusto”, disse Pinheiro, integrante do Instituto Clima e Sociedade (ICS).
A pauta da economia verde dentro do Congresso foi abordada pelo deputado Arnaldo Jardim. O parlamentar é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Instrumentos Econômicos Necessários Para a Preservação Ambiental, na Câmara. Para ele, a taxonomia verde no combate de mudanças climáticas deve acontecer por meio de uma legislação sobre o mercado de carbono. “É uma bela contribuição necessária e urgente”, disse Jardim.
Segundo ele, agora o novo desafio da Frente Sustentável, será a implementação de pagamento por serviços ambientais.
Camila Gramkow, da Cepal, destacou que, por mais que no Brasil haja uma grande mobilização e investimento nas práticas de baixo carbono, os resultados sociais não são automáticos. Gramkow ressaltou a importância de criação de políticas públicas que equilibrem a questão de gênero dentro da pauta ambiental, que hoje, ainda é predominada por homens.
Instituto Democracia e Sustentabilidade
O IDS é apoiador do Prêmio Congresso em Foco, que reconhece os parlamentares mais bem avaliados por meio de votação popular na internet, de um júri especializado e de jornalistas que cobrem o Congresso Nacional. A cerimônia de entrega do prêmio foi realizada na última quinta-feira (21). O prêmio tem como objetivo fortalecer a democracia, avaliar o desempenho de deputados e senadores e valorizar aqueles que, no entendimento da sociedade, melhor a representa.
Os congressistas foram premiados nas seguintes categorias: “Melhores na Câmara” e “Melhores no Senado”, além de três categorias especiais: “Defesa da Educação”, apoiada pelo Todos pela Educação, e “Clima e Sustentabilidade”, concedida pelo IDS, e “Mulheres na Política”, uma das novidades deste ano.
Fundado em 2009, o Instituto de Democracia e Sustentabilidade (IDS) nasceu do entendimento de que a política e a participação cidadã democrática são imprescindíveis para alcançar a sustentabilidade, garantindo assim uma democracia forte. Com mais de uma década de atuação no Brasil, o IDS reúne lideranças da vanguarda do movimento socioambiental e trabalha para incorporar as melhores práticas e conhecimentos às políticas públicas e à governança política do país.
Veja a íntegra da live aqui:
Contagem regressiva para saber quem são os melhores parlamentares do ano
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