O homem forte da área econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, desautorizou o futuro ministro da Casa Civil, Jair Bolsonaro, a falar de economia. Guedes divergiu de Onyx, que resiste em votar a reforma da Previdência enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer e levantou hoje a possibilidade de o país trocar de política cambial.
Assim como Bolsonaro, Guedes defende que uma parte da proposta seja aprovada ainda este ano. “Ele está dizendo que Onyx, que é coordenador político, está falando de banda cambial. Ao mesmo tempo diz que o Onyx, que é coordenador político, diz que não tem pressa na Previdência. Aí o mercado cai. Estão assustados por quê? É um político falando de coisa de economia. É a mesma coisa que eu sair falando coisa de política. Não dá certo, né?”, afirmou o já anunciado ministro da Economia.
O presidente eleito se reuniu com seus principais aliados nesta terça-feira (30) para definir a composição da equipe de transição, que será comandada por Onyx. Paulo Guedes disse que sempre defendeu a aprovação da reforma, classificada por ele como a mais rápida e a mais fácil.
“Passei dois anos dizendo: ‘aprovem a reforma da Previdência, aprovem a reforma da Previdência’. Não é só porque agora passei para o governo, mudei o chapéu, vou dizer ‘não aprovem a reforma da Previdência’”, disse. “Se perguntar ao economista, tinha sido anteontem, 30 anos atrás como o Chile ou dois anos atrás com o Temer. Em três meses, antes de acabar o ano também”, acrescentou.
Paulo Guedes foi desautorizado por Bolsonaro a falar de política durante a campanha eleitoral depois de admitir a criação de um novo imposto sobre contribuição financeira, parecido com a CPMF, e defender a estratégia de o próximo governo concentrar esforços na negociação da pauta econômica com os líderes partidários aliados, deixando de lado os demais parlamentares.