Guedes ficou só, mas não precisa de ajuda para aprovar projeto na Câmara, diz secretário da Receita

O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, admitiu que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi abandonado por aliados na audiência de que participou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, nessa quarta-feira (3), para tratar da reforma da Previdência. Em publicação no Twitter, Cintra disse que Guedes “peitou” a oposição e mostrou que não precisa de ajuda de ninguém para aprovar seus projetos no Congresso porque tem, segundo ele, o apoio da sociedade.

Sem a blindagem de aliados, nem mesmo do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL, Paulo Guedes se defendeu das provocações da oposição e também atacou. A reunião foi encerrada abruptamente pelo presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), depois que o ministro discutiu com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que disse que ele era “tigrão” com a população mais pobre e “tchutchuca” com empresários e banqueiros. “Olha, desrespeito não. Eu não vim aqui pra ser desrespeitado não. Você não falte com respeito comigo não. Tchutchuca é a mãe, é a avó!”, respondeu, exaltado, Guedes.

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No início do debate, ele também bateu boca com outros deputados petistas e ironizou as críticas da oposição a uma das propostas defendidas por ele para reformular a Previdência, o sistema de capitalização, utilizado no Chile, país onde ele já morou. “E o Chile”, questionou Gleisi Hoffmann (PT-PR). Os oposicionistas alegam que os aposentados chilenos sofrem com os baixos valores de seus benefícios previdenciários.

Guedes defendeu que o Chile tem a maior renda capita do continente e ironizou: “A Venezuela deve estar melhor. A Venezuela deve estar melhor”. Em seguida, tentou acalmar os ânimos. “Eu sou muito respeitoso. Os senhores têm muita familiaridade com esse ambiente. Eu não. […] Eu cometi o erro de interagir. Eu só devia ter falado. Assim que eu interagi vocês transformaram em outra coisa”, disse.