O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta terça-feira (8) que o governo vai incluir o regime de capitalização na proposta de reforma da Previdência que será enviada ao Congresso em fevereiro. Pela capitalização, que valerá para quem entrar no mercado de trabalho após a promulgação da emenda constitucional, cada trabalhador terá de fazer uma espécie de poupança para garantir sua aposentadoria. No atual sistema, os trabalhadores da ativa financiam a aposentadoria dos mais velhos.
“Eu acho que um sistema de capitalização, como estamos desenhando, é algo bastante mais robusto, é mais difícil, o custo de transição é alto. Mas estamos trabalhando para as futuras gerações”, afirmou Guedes após reunião encerrada nesta noite com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Regras de transição
Na prática o governo desistiu de fatiar a reforma, hipótese cogitada pelo presidente Jair Bolsonaro antes da posse. Além do sistema de capitalização, a reforma deve equiparar as normas da previdência pública e privada, fixar idade mínima para aposentadoria e estabelecer regras de transição. O ministro da Economia admitiu que pode considerar o período de 20 anos para a transição, conforme prevê a proposta do ex-presidente Michel Temer.
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“Estamos discutindo tudo, fazendo as simulações. Esse sistema antigo, dessa forma como está, está condenado. Nós estamos tentando salvar as futuras gerações. É um movimento duplo. Primeiro você tem que salvar a Previdência que está aí. Mas para as futuras gerações queremos criar um novo regime previdenciário e trabalhista”, afirmou Guedes.
Longo prazo
PublicidadeO ministro deve apresentar rascunho da reforma a Bolsonaro na próxima semana.”Estamos fazendo projeções para que o governo tenha toda a tranquilidade e o Congresso também. O olhar do ministro Paulo Guedes é resolver o problema de hoje, mas olhar para o longo prazo. Queremos que a sociedade brasileira só volte a discutir reforma da Previdência daqui a 20 ou 30 anos”, disse Onyx.
Na semana passada o presidente sugeriu, em entrevista ao SBT, que a reforma estabeleça a idade mínima de 62 anos para a aposentadoria dos homens e 57 anos para as mulheres, com aumento gradativo. “Uma fala do presidente tem muita força. E o presidente Bolsonaro é uma pessoa que tem uma capacidade muito grande de sinalizar caminhos”, afirmou Onyx.
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