Apesar do puxão de orelhas dado pelo presidente Lula, que não quer mais ver ministros fazendo anúncios de possíveis programas sem combinação prévia com o restante do governo, o setor aéreo viu com simpatia a proposta feita pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, de venda de passagens aéreas mais baratas para estudantes, aposentados e servidores.
A ideia ventilada por França é no sentido de que as empresas vendam por um valor menor – R$ 200 – os lugares vagos nos voos.
Por meio de nota, a Azul disse que vê com “bons olhos” o novo projeto que visa “incentivar aposentados, estudantes e funcionários públicos a utilizarem o transporte aéreo” e que está aberta a continuar o diálogo sobre o assunto.
A Gol disse estar “à disposição” para contribuir com a iniciativa. Já a Latam se manifestou por meio da Associação Brasileira de Empresas Aéreas, que afirmou: “Desde o início do ano, a Abear e suas associadas mantêm diálogo constante com o Ministério de Portos e Aeroportos sobre o cenário do setor aéreo e as possíveis soluções para o crescimento do número de passageiros e destinos atendidos”.
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O ministro Márcio França explicou que as passagens seriam vendidas durante o período de menos procura, e que o projeto tem como objetivo ocupar assentos vazios nas aeronaves. Seriam contemplados no programa estudantes que têm financiamento pelo Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (Fies), aposentados e pensionistas e servidores públicos que recebem até R$ 6,8 mil.
Ainda segundo o ministro, não haveria subsídio do governo, que atuaria apenas como um intermediário entre as empresas aéreas e a população. Segundo ele, a Gol e a Azul aceitaram participar do programa. “Elas [as companhias aéreas] estão formatando as ideias sobre como elas vão fazer isso, pelo menos duas toparam já: a Gol e a Azul. Tenho certeza que a Latam também vai topar, porque é muito bom. Nós precisamos de novas demandas. Nós estamos no Brasil com 90 milhões de passagens vendidas, mas nós só temos 10 milhões de CPFs vendidos”, declarou França no lançamento da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos na noite dessa terça-feira (14).
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Precisamos, antes de mais nada, de TRANSPARÊNCIA nos preços das passagens aéreas. Qual motivo uma passagem ‘em cima da hora’ de um voo VAZIO custar o TRIPLO do que se fosse comprada semana antes? Por que as passagens rodoviárias têm um preço fixo, e as passagens aéreas flutuam ao sabor da demanda? Por que então as aéreas não fazem simplesmente venda de lotes: x passagens a um preço menor, y passagens a um preço normal e z passagens a um preço majorado?