Depois de 13h de debates em que 55 deputados falaram contra e 19, a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), encerrou a sessão de terça-feira (16), e convocou para quarta (17), às 10h, uma nova reunião. A intenção dele é votar o texto antes do feriado da Páscoa.
O desfecho do dia ocorreu tranquilo, após uma terça de diversos embates e trabalhos nos bastidores para tentar virar o jogo em prol da PEC. As brigas começaram com o descumprimento de um acordo pelo próprio Francischini que no fim da manhã começou a pedir que governistas abrissem mão de suas falas para levar a proposta a votação ainda hoje ou na madrugada.
Preocupado com o rumo dos debates e com o clima tenso no colegiado, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também interveio nas negociações nesta terça.
Isso tudo, porque ontem, o governo sofreu uma grande derrota. A sessão de segunda foi marcada por quase 4h de debate em torno da inversão da pauta da CCJ. O Centrão – bloco formado por PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade -, apoiado pela oposição, insistiu em votar primeiro a PEC do orçamento impositivo. A tese acabou vencendo e a proposta foi avalizada em votação simbólica pouco antes das 22h, após mais de 6h de reunião.
Houve, antes do início da sessão, uma tentativa de acordo com as lideranças da base de Jair Bolsonaro. O líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), contudo, afirmou que, apesar de já saber que sairia derrotado, não poderia se entregar, já no início da semana “sem um embate”.
Na reunião, ficou clara a desarticulação da base. Enquanto a oposição tomava conta da sessão e o governo não conseguia reunir seus partidos aliados, o próprio PSL se atacava entre si, como mostrou o Congresso em Foco.
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