Faixa de Gaza. Por onde começar?
Qualquer busca na internet dá uma quantidade enorme de informações. A informação pode não ser correta na sua dimensão, mas registra que o fato existiu. Por exemplo, no dia 27 de dezembro de 2008, se lia: “Israel ataca a Faixa de Gaza”.
Desse fato de 2008, pulo para 8 de abril de 2011 (o que não significa que no período nada ocorreu): “Bombardeios israelenses matam dez palestinos na Faixa de Gaza”. Dizia a notícia na época que “Um novo bombardeio israelense realizado nesta sexta-feira (08/04) na Faixa de Gaza matou três palestinos, elevando para dez o número de árabes mortos na onda de violência entre as duas partes que atingiu o território nas últimas 24 horas”.
No dia seguinte, 9 de abril, a chamada era: “Cerca de 20 palestinos morrem na pior ofensiva israelense em dois anos”. Informa a notícia que “cerca de 20 palestinos morreram e mais de 50 ficaram feridos desde o início da pior ofensiva israelense em Gaza desde que há dois anos Israel deu por concluída a operação militar ‘Chumbo Fundido’.” Só para lembrar a operação “Chumbo Fundido” matou 1.400 palestinos (maioria civil) e 13 israelenses.
Segundo a BBC Brasil (9 de janeiro de 2009), desde 2001, quando os foguetes começaram a serem lançados sobre o território israelense, até o inicio de 2009, vinte e oito israelenses morreram.
Leia também
Na semana passada e, até o momento que escrevo esse artigo, Israel faz nova ofensiva (ou agressão) à Faixa de Gaza. Notícias que correm o mundo dão conta de mais de 400 mortos e mais de 2 mil feridos. Entre os mortos e feridos, muitas crianças e mulheres. Mas as notícias não conseguem dar conta da dor, do sofrimento e da angústia. É a mesma dor, sofrimento e angústia que os judeus passavam no holocausto promovido por Hitler.
PublicidadeEssa nova agressão foi desencadeada após o sequestro e assassinato de três jovens judeus na Cisjordânia. Israel atribuiu esses assassinatos ao grupo islâmico Hamas. Em seguida, em vingança aos três assassinatos, um jovem palestino foi (assassinado) queimado por judeus em Jerusalém. Esse foi o novo pretexto para que o Hamas passasse a lançar foguetes sobre Israel e, este, a bombardear a Faixa de Gaza.
O conflito entre palestinos e israelenses teve início no final do século 19 e com a migração em massa de judeus para a região majoritariamente árabe. Essa região até 1917 pertencia ao Império Otomano e em seguida passou ao domínio da Inglaterra até 1948.
Antes da retirada dos britânicos, em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) dividiu o território em duas partes: uma para os judeus e outra para os árabes.
Houve insatisfação quanto à divisão do território aprovado pela ONU, gerando uma guerra entre os dois povos. Guerra vencida por Israel (com o apoio dos Estados Unidos) que ocupou parte do território destinado aos palestinos.
Em 1967 foi promovida uma nova guerra, a “Guerra dos Seis Dias”, resultando na ocupação israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, incluindo a parte oriental de Jerusalém. Israel, a partir dessa guerra, passou a colonizar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. A ONU, por meio de Resolução, considera ilegal a ocupação dos territórios palestinos e determinou que Israel retornasse às fronteiras pré-1967. Isso tem sido ignorado pelo povo judeu e pelo Estado de Israel, sempre com o apoio dos Estados Unidos.
A nova agressão de Israel aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza tem indignado a humanidade. Segundo o Jornal GGN (19/07/2014) “o mundo consegue ter uma pálida noção das ocorrências na região”, pois “os jornalistas não podem transmitir o que realmente se passa sob pena de punição e retirada da Palestina”.
Foram dez as pragas jogadas sobre o Faraó e o povo do Egito. A décima foi a que todos os primogênitos fossem mortos. Na Faixa de Gaza, não só os primogênitos, mas todas as crianças são passiveis de serem mortas. Ismail, Zakaria, Ahed e Mohamed, quatro (meninos) crianças, com idades entre 9 e 11 anos, brincavam em uma praia de Gaza quando foram caçados por radar e assassinadas pelos mísseis de Israel.
Assine a Revista Congresso em Foco em versão digital ou impressa