Sem mencionar a palavra “aborto” a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu o direito de todos “à vida desde a concepção” ao discursar nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra, na Suíça. Durante sua fala, que durou mais de 10 minutos, ela afirmou que vai lutar para garantir os direitos das mulheres, com atenção especial aos casos de feminicídio e abuso sexual.
“Defenderemos tenazamente o pleno exercício por todos do direito à vida desde a concepção e à segurança da pessoa, em linha com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civil e Políticos, bem como, no âmbito regional, com o Pacto de São Jose da Costa Rica”. A ministra também afirmou que um dos focos de sua atuação será o “fortalecimento de vínculos familiares”.
“Além disso, redobraremos os esforços para prevenir a mortalidade materna, neonatal e infantil. Buscaremos revigorar o Bolsa Família, por meio de desembolso do 13º benefício, ao mesmo tempo em que realizaremos auditoria para coibir irregularidades e excessos”. Ela fez também apelos sobre a situação da Venezuela e pediu para que países se unam ao Brasil e reconheçam Juan Guaidó como presidente do país.
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“Não poderia deixar de expressar a preocupação do governo brasileiro com as persistentes e sérias violações de direitos humanos cometidas pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro. O Brasil uniu-se aos esforços do presidente encarregado Juan Guaidó, não para intervir, mas para prover imediata ajuda humanitária ao povo venezuelano. O Brasil apela à comunidade internacional a somar-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo o fim da violência das forças do regime contra sua própria população”.
Ao fim de seu discurso, a ministra se despediu em língua indígena e de sinais. “Como se diz na língua indígena tupi, Kuekatu reté [Obrigada]. E na língua de sinais…”, completou, fazendo em seguida os gestos que significam, em Libras, “obrigada”. Essa é a estreia de Damares no cenário internacional. Depois de discursar, ela concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas em que disse ser alvo de “chacota e zombaria” no Brasil.
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