A resposta do presidente Bolsonaro diante da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), sobre os atos de tortura que estariam sendo cometidos nos presídios do Pará, foi classificada pelo ex-presidenciável Ciro Gomes como canalhice. “O nome disso é canalhice, pura e simples, que não pode ser nem remotamente acostada à presidência da República do Brasil”, disse o vice-presidente do PDT ao Congresso em Foco.
> MPF diz que presidiários estão sofrendo torturas generalizadas no Pará
Leia também
Bolsonaro classificou como “besteira” o questionamento da mídia sobre a denúncia. “Só perguntam besteira, só besteira o tempo todo”, se queixou o presidente. Na sequência, ele fez uma “oração” pela imprensa e pediu para que Deus coloque perguntas que ajudem o Brasil na mente dos jornalistas.
Ciro relembrou o escândalo envolvendo o pedreiro Antônio Ferreira Braga. O homem foi flagrado enrolado em um tapete e amarrado com fios elétricos, na carceragem da Delegacia de Roubos e Furtos, em Fortaleza, no 12 de abril de 1993. Ciro Gomes era governador do estado na época e demitiu o então secretário de segurança Pública, o delegado de Polícia Civil Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo.
> Moro deve ser convocado na Câmara para explicar denúncia de tortura no Pará
“Demiti um secretário de estado que fazia um belo trabalho só porque ele deu uma opinião pouco dura, porque eu não quero que seja apenas dura, quero que seja muito dura. Demiti porque ele jamais praticou, mas demiti porque ele não foi duro o suficiente no argumento”, declarou o pedetista.
PublicidadeBolsonaro em mais de uma ocasião elogiou o Coronel Ustra, e chegou a chama-lo de herói nacional. Ustra ficou conhecido como um dos mais cruéis torturadores da ditadura militar. “Se o Bolsonaro elogia o Coronel Ustra, ele na verdade expressa essa que é uma canalhice”, classificou Ciro Gomes.
> Depen nega tortura e diz que “defende humanização e repudia maus tratos”
> Entre agora no Catarse para colaborar com o jornalismo independente