Verdade! Nunca antes na história deste país chegamos tão perto de desvendar o sistema de poder que nos governa desde sempre. Injusto? Claro! Mas também criminoso. Trata-se de um sistema político em que os impostos pagos por todos terminam nas mãos de poucos, encurtando o cobertor do Estado, gerando graves desequilíbrios na sociedade.
Você sabe o que é Lava Jato? Você que está lendo este escrito, certamente vai dizer sim! Em seguida vai associar esse nome ao juiz Sergio Moro, lá do Paraná, não é verdade?
Você sabe o que é Zelotes? Mesmo não sendo de bate pronto, o sim será a resposta da maioria, no entanto não será fácil identificar um cabeça, um Sergio Moro, na condução desse processo.
Lava Jato e Zelotes, duas megas-investigações judiciais envolvendo gente graúda, muito poderosa, que rouba nas duas pontas do sistema tributário brasileiro.
A Operação Zelotes, sem dúvida uma novidade alvissareira, ocupa-se em destrinchar a roubalheira do dinheiro que pagamos de imposto no ato da compra de qualquer bem ou serviço, antes mesmo do dindin entrar nos cofres públicos. Essa prática criminosa, menos badalada, chama-se sonegação.
Perguntar não ofende: qual o montante roubado nas duas pontas? E por que isso acontece?
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Pesquisa do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), com base no orçamento de 2014, aponta para um índice de sonegação de 27,6% da arrecadação. Trocando em miúdos, na verdade aqui não cabe essa expressão, no caso é ‘trocando em graúdos’, isso quer dizer que R$ 518,2 bilhões ou 10,1% do PIB dos impostos que pagamos deixaram de entrar no caixa do governo, foram surrupiados antes.
Para compensar tamanha perda, o governo recorre aos bancos em operações nebulosas, sem qualquer transparência, tomando dinheiro emprestado para saldar suas contas. É aí que o bicho pega de vez! Abre-se mais uma “goela” insaciável, alimentada com o fruto do trabalho do povo brasileiro, a chamada:
Dívida pública
Um poço sem fundo que tragou em 2014 nada menos que R$ 978 bilhões dos R$ 2,16 trilhões que o governo conseguiu arrecadar, ou seja, de tudo que pagamos de impostos quase metade desapareceu sem deixar digital dos benefícios gerados à sociedade.
Por último, e para fechar com chave de ouro o vilipêndio das riquezas que a Nação produz, falemos do sumidouro na ponta da aplicação.
Essa atividade criminosa, popularmente chamada de corrupção, conta com ampla cobertura da mídia, pois se trata de roubalheira generalizada enraizada nos governos municipais, estaduais e federal e, também, no Legislativo e no Judiciário.
Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que entre 1,38% e 2,3% do PIB se perde em ações corruptas. Levando em conta o último PIB consolidado disponível, isso equivale a, no mínimo, uma perda nominal entre R$ 61,7 bilhões a R$ 101,2 bilhões.
Será que os dados aqui apresentados não estão exagerados? Pesquisei em fontes oficiais, e posso afirmar que esses números são reais.
Minhas assertivas podem até causar surpresa, mas é inegável a existência de um pacto político que mantém esse sistema intacto ao longo de nossa história.
No entanto, nesse momento, acossado pelas investigações promovidas pelas instituições que a democracia fortaleceu, talvez para não perder os dedos, o sistema político enfraquecido, termine por abrir mão dos anéis.
E sobre os anéis falarei no próximo artigo.