O juiz que conduz a Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, publicou uma mensagem enigmática em seu Twitter na manhã desta sexta-feira (8). Embora não faça menção direta à decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar a prisão em segunda instância, Bretas sugeriu que o entendimento que contraria a força-tarefa da operação pode ser alterado. E rapidamente:
“Não há mal que dure pra sempre. Na vida todos os problemas podem ser resolvidos, é apenas uma questão de tempo, às vezes de muito pouco tempo”, publicou.
> Lava Jato: quem pode se livrar da prisão com a decisão do STF
Antes mesmo do julgamento de ontem, procuradores que atuam na Lava Jato já criticavam duramente o fim da aplicação das prisões em segunda instância. Na avaliação deles, a mudança privilegia quem tem maior poder econômico, que tem mais condições de apresentar recursos na Justiça, e favorece a impunidade e a corrupção. Mais de 30 condenados na operação poderão se livrar da prisão, de acordo com a força-tarefa. Os casos, porém, serão avaliados um a um.
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Parlamentares de diversos partidos articulam a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição para retomar a prisão em segunda instância. O assunto está na pauta da próxima reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e também é discutido na CCJ da Câmara. Porém, não conta com a simpatia dos presidentes das duas Casas legislativas, que preferem evitar o confronto com o Supremo e acirrar a crise política, dificultando a aprovação da agenda econômica.
A defesa do ex-presidente Lula já entrou com pedido de soltura. Segundo o advogado Cristiano Zanin Martins, “não há nenhum respaldo jurídico para manter o ex-presidente preso por uma hora sequer“. Nesta manhã, Zanin visitou Lula em Curitiba. Ao sair da sede da Polícia Federal, ele afirmou que protocolou o pedido de liberdade. “Agora iremos conversar com a doutora Carolina Lebbos que deverá analisar o pedido de acabamos de fazer”, explicou, citando a juíza responsável pelo caso.
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