O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, virou réu por improbidade administrativa. O juiz José Gomes Jardim Neto, da 9ª Vara da Fazenda Pública aceitou a denúncia de caixa dois apresentada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo contra o ministro e ex-prefeito da capital paulista.
Foram bloqueados R$ 21,2 milhões em bens de Kassab. Os advogados do ministro já afirmaram que vão recorrer da decisão. Para os defensores do político, que abriu mão de disputar cargo eletivo em outubro para se manter como ministro de Michel Temer (MDB), o despacho judicial “causa surpresa” pelas “inconsistências nos depoimentos apresentados”.
Um dos fundadores do PSD, Kassab é acusado de ter recebido de R$ 21 milhões via caixa dois de campanha. Parte desse valor foi destinado, segundo a denúncia do MP, para os cofres de sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2008.
O MP já havia pedido o bloqueio de bens do ex-prefeito em dezembro de 2017. À época, os promotores apontaram para o periculum in mora, ou seja, o “perigo da demora” do processo. Para eles, não havia garantia de que Kassab não “dilapidará seu patrimônio, principalmente considerado o tempo médio do término dos processos”.
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O MP pede a condenação do ministro por ele ter, supostamente, recebido mais de R$ 21 milhões da empreiteira Odebrecht entre 2008 e 2014. Nesse período, Kassab foi prefeito de São Paulo (2006-2012) e ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff (2015 e 2016).
Kassab era identificado pelos codinomes “kibe”, “projeto” e “café turco” em planilhas da Odebrecht.
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