O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia (SP). A prisão foi determinada em desdobramento das investigações sobre o esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando Flávio era deputado estadual.
As principais informações deste texto foram enviadas antes para os assinantes dos serviços premium do Congresso em Foco. Cadastre-se e faça um test drive.
Amigo do presidente há três décadas, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica” pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). A suspeita é de que ele recolhia parte do salário de funcionários do gabinete e repassava o montante a Flávio, cuja evolução patrimonial também é objeto de investigação.
A prisão foi feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. De acordo com as primeiras informações, ele estava em um imóvel de um advogado do senador.
> Bolsonaro mandou Queiroz faltar a depoimento, diz livro
Imagens do momento em que Fabrício Queiroz deixa a casa na qual estava escondido em Atibaia e é posto em um camburão da polícia 🚨. Queiroz deve ser transferido para o Rio ainda nesta quinta (18) pic.twitter.com/RJ1VsU4ceh
— George Marques 🏡🇧🇷 (@GeorgMarques) June 18, 2020
Flávio, no entanto, sempre negou saber do paradeiro do ex-assessor. “Não o vejo há muito tempo, não falo com ele há muitos anos. Qualquer contato meu com ele pode ser entendido pela Justiça como uma tentativa de obstruir alguma coisa. Então tenho de tomar cuidado triplicado para evitar que algum mal-entendido aconteça”, disse o filho do presidente à revista Época no ano passado.
> Ministério Público ‘tem um cometa para enfiar na gente’, afirma Queiroz em novo áudio
“Como é que vou saber? Ele tem um CPF e eu tenho outro. A última vez que falei com Queiroz foi quando, após a cirurgia do câncer, liguei para saber se estava tudo bem. E nunca mais falei com ele. Não sei onde está, não tenho informação”, respondeu o senador em outubro ao jornal O Estado de S. Paulo.
Veja a íntegra da nota do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a operação:
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/06), Fabrício Queiroz.
A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada ‘rachadinha’, em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.”
> Nove discursos e nenhum projeto aprovado: a atuação de Flávio Bolsonaro no Senado
> Acesse de graça por 30 dias o melhor conteúdo jornalístico premium do país