A deputada Alê Silva (PSL-MG), que denunciou ter sido ameaçada de morte pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por ter informações sobre esquema de candidaturas laranjas usadas pelo partido em Minas Gerais, é alvo de ataques nas redes sociais e tem sido isolada pelo presidente de seu partido, o deputado Luciano Bivar (PE). Segundo a deputada, conversas privadas, de texto e áudio, que teve com membros do partido e assessores estão sendo divulgadas de forma adulterada, além de outras que ela não reconhece e classifica como “fake news”.
“Eu sei que esses prints e áudios têm que passar por uma perícia técnica e eu vou deixar para entregar isso no momento oportuno dentro dos autos para evitar especulação”, afirmou Alê, nesta terça-feira (16), em entrevista ao Congresso em Foco. A Câmara analisa pedir proteção à Polícia Federal para a deputada.
Segundo ela, seus colegas de partido agem como aqueles que eles mesmos criticavam. “Muitos começaram a me detonar nas redes sociais perguntando onde estão as provas e as pessoas que me perguntam isso são exatamente aquelas que brigavam com os correligionários do PT quando eles perguntavam onde estavam as provas. Então eu vi uma ironia muito grande. Estão agindo exatamente igual aqueles que eles sempre condenaram”, disse a deputada.
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Em seu Twitter, Alê fez uma série de postagens afirmando que tudo que é publicado nas redes sociais “vira documento” e está sendo encaminhado para perícia criminal.
Tudo que é publicado pelas redes sociais viram documentos, provas o que está sendo acompanhado por mim e por uma equipe. Não gostar de mim é um direito. Mas calúnia, difamação e injúria são crimes, tanto para quem cria as “Fake news” quanto para quem as divulga. 💚
— Alê Silva Oficial (@oficialalesilva) 14 de abril de 2019
As postagens foram feitas no domingo, dia 14, um dia depois que o jornal Folha de S. Paulo publicou a reportagem em que Alê Silva comenta sobre como reuniu informações e prestou depoimento à Polícia Federal sobre o esquema de laranjas do PSL. O atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também está sendo investigado, ele era presidente estadual do PSL em Minas Gerais durante a campanha de 2018.
Na reportagem, a deputada relata que prestou depoimento de forma espontânea e pediu proteção policial já que recebeu a informação de que o ministro do Turismo teria feito ameaças contra ela durante uma reunião com colegas de partido no final de março, em Belo Horizonte.
Alê conta que recebeu a informação sobre a ameaça em 1º de abril, em seu escritório político na cidade de Ipatinga. O ministro Marcelo Álvaro Antônio nega as ameaças a alega que a deputada faz campanha difamatória contra ele em busca de espaço na legenda.
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Foi pela imprensa que a deputada soube nesta terça-feira que o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, avisou ao colegas de partido que vai suspendê-la do grupo de Whatsapp da bancada, depois da denúncia sobre a ameaça de morte.
“Estou aqui pensando na cara de frustração dele quando foi procurar meu nome para excluir, sendo eu já saí faz tempo. Eu não sou muito de ficar acompanhando grupo”, relata a deputada. Ela completa que tem recebido individualmente, por meio de amigos e assessores, o material que tem sido postado na internet contra ela.
A bancada feminina na Câmara está preocupada e monitorando caso da deputada e deve solicitar em breve, por ofício, que a Procuradoria-Geral da República acompanhe o caso. A procuradoria da Mulher da Câmara também vai se reunir para tratar do assunto ainda nesta semana.
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