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Leréia é acusado de usar cartão de crédito de Cachoeira para compras diversas e ter recebido dinheiro ilegal da organização criminosa capitaneada pelo contraventor – cujo esquema criminoso tem Goiás como núcleo operacional e a empresa Delta como responsável por movimentações financeiras irregulares. O deputado também é suspeito de ter alertado Cachoeira sobre a iminência de uma operação da Polícia Federal destinada a desbaratar a quadrilha. Leréia nega as acusações e diz que a relação com Cachoeira é apenas de amizade.
A denúncia contra Leréia foi formalizada pelo deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Quatro parlamentares aprovaram o pedido em comissão de sindicância instalada para analisar o caso. Diante da deliberação, o corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), votou pelo envio do processo ao Conselho de Ética da Câmara, onde o pedido de cassação passa a ser apreciado caso a Mesa Diretora concorde com os termos do encaminhamento. A decisão sobre esse procedimento pode ser anunciada nesta semana.
Além de Leréia, a CPI também tomará o depoimento do funcionário da Delta Construções André Teixeira, suspeito de integrar a organização criminosa. As investigações da PF consideraram incompatíveis a evolução patrimonial e as movimentações financeiras do funcionário com os rendimentos por ele declarados – o que leva à suspeita de que André era utilizado como laranja em esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas fantasmas. A exemplo de diversos outros depoentes – entre eles o próprio Cachoeira e sua esposa, Andressa Mendonça –, André pode recorrer ao direito de permanecer em silêncio e travar ainda mais o almejado avanço das investigações na comissão.