Leia também
Outros destaques de hoje no Congresso em Foco
Preso desde fevereiro sob a acusação de ser o chefe de um esquema de exploração de jogos ilegais e de corromper agentes públicos e privados, Cachoeira ainda não esclareceu suas atividades. Ele foi detido pela operação Monte Carlo, conduzida pela Polícia Federal. A data do depoimento ainda não foi marcada.
Quando esteve no Congresso, Cachoeira afirmou que só falaria em juízo e, depois disso poderia eventualmente voltar à CPI para prestar esclarecimentos. Em julho, o bicheiro esteve em audiência na Justiça Federal, em Goiânia. Mas repetiu o que fizera na CPI: ficou clado. Por isso, a CPI resolveu reconvocá-lo. Agora, ele não terá ao seu lado o advogado Márcio Thomaz Bastos, que abandonou a sua defesa.
A comissão aprovou também, por unanimidade, a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira. Foi depois que Andressa foi acusada de pressionar um juiz que Thomaz Bastos deixou a defesa de Cachoeira.
Leréia
Leréia é investigado pela Corregedoria da Câmara dos Deputados, que em julho aprovou parecer que recomenda a ação no Conselho de Ética que pode implicar a perda de mandato do parlamentar. Segundo as investigações, ele era amigo de Cachoeira e teria recebido, inclusive, a senha do cartão de crédito dele. O deputado já disse que conhecia Cachoeira e que sua relação com ele é de amizade apenas. Ainda não há data para seu depoimento.
Em relação ao deputado Sandes Júnior (PP-GO), citado pela PF por ter negócios com Cachoeira, o colegiado arquivou o pedido de convocação. A Corregedoria da Câmara arquivou um pedido de investigação do parlamentar por falta de provas. Dessa forma, a CPI aprovou um pedido de informações ao deputado, dentre as quais, devem constar esclarecimentos sobre a ajuda para sua campanha eleitoral. O presidente da CPI afimrou que há suspeitas de que o parlamentar tenha recebido dinheiro da Alberto & Pantoja.
Agenda
O ex-diretor da Delta Fernando Cavendish deverá falar à CPI em 28 de agosto. As investigações da Polícia Federal indicam que a construtora repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, supostamete usado para pagamento de propina e caixa dois em campanhas. Segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), será definida ao longo da semana a data para o depoimento do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot.
Durante a reunião administrativa de hoje, a comissão decidiu ainda que, na semana que vem, serão ouvidos os procuradores do Ministério Público em Goiás Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira. Ambos trabalham nas investigações realizadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
Ficou acertado também que na quarta-feira (22) da semana que vem será ouvido Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010. Ele é atualmente o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop).
Segundo Vital, o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires não foi encontrado para ser intimado a depor nesta quarta-feira (15). Por isso, ele poderá ser ouvido na próxima semana. Segundo as investigações da PF, ele teria recebido um dos aparelhos de rádio Nextel distribuídos pelo contraventor goiano na tentativa de evitar grampos.
A CPI também rejeitou a criação de subrelatorias, que, conforme os parlamentares que defendiam a alteração, permitiriam dar mais agilidade às diversas frentes de investigação do colegiado. No entanto, o presidente do colegiado e o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) eram contrários à iniciativa.
Prefeitos
A comissão aprovou ainda a convocação de mais 15 pessoas envolvidas com o esquema, dentre os quais, prefeitos de municípios goianos, em que Cachoeira agia na formalização de contratos públicos, segundo a Polícia Federal.
Foram convocados para depoimentos Gil Tavares, Geraldo Messias, André Teixeira Jorge, Fabio Passaglia, Alex Antonio Trindade de Oliveira, Leide Ferreira da Cruz, Polyana Barbosa de Carvalho, João Furtado de Mendonça Neto, Marcos Teixeira Barbosa, Francisco de Assis Oliveier, Fausto José Passaglia Junior, Conrado Caiado Viana, Frederico Márcio Arbex, Adriana Sauthier Accorsi e Edson Costa Araujo.
Amanhã, serão ouvidos os depoimentos da sócia da Alberto & Pantoja Construções Rosely Pantoja da Silva, do ex-presidente do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran) Edivaldo Cardoso de Paulo e do ex-segurança do ex-senador Demóstenes Torres, Hillner Braga Ananias.
Governadores
Apesar de haver convocado novos depoentes, a CPI deixou de analisar requerimentos que pedem a presença de governadores e outras pessoas supostamente ligadas ao esquema do bicheiro.
Entre eles, está o pedido de reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo. O requerimento para que ele volte ao colegiado foi protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) com o objetivo de esclarecer a venda de uma casa à Cachoeira, além de denúncias que foram feitas em que o governador teria recebido propina para liberar o Estado a contratar a Delta Construções.
Há ainda o pedido de convocação do ex-governador de Goiás, Íris Resende, acusado de receber R$ 2 milhões de Cachoeira para financiar sua campanha ao governo estadual em 2010. Outros três governadores também podem ser chamados a depor: Siqueira Campos do Tocantins, Silval Barbosa de Mato Grosso e André Puccinelli de Mato Grosso do Sul.
O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRB, Celso Russomano, também pode ser chamado ao colegiado. Um relatório da PF apontou um diálogo entre integrantes do grupo de Cachoeira e o nome do candidato é citado como o responsável por dinheiro depositado em paraísos fiscais. Segundo Russomano, a história é falsa.