O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) foi condenado a cumprir 7 anos e 6 meses de prisão em regime fechado por tentativa de comprar testemunhas para atrapalhar as investigações da operação Caixa de Pandora. A sentença foi realizada pelo juiz Newton Mendes de Aragão Filho da 7ª Vara Criminal de Brasília.
Arruda foi condenado pelos crimes de falsidade ideológica e corrupção de testemunha pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Na mesma decisão, foram condenados o ex-deputado Geraldo Naves, Antonio Bento da Silva e Rodrigo Diniz Arantes.
A defesa de Arruda disse, em nota (veja no final da matéria), que o ele foi “vítima de uma armação” e que “confia na sua absolvição em grau de recurso, como já ocorreu em outras vezes”.
O ex-governador já tinha sido condenado a 3 anos, 10 meses e 20 dias pela prática do crime de falsidade ideológica e responde a outras onze ações criminais que tramitam perante a 7ª Vara Criminal de Brasília.
Caixa de Pandora
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A operação investiga um esquema de corrupção envolvendo Arruda e integrantes da Câmara Legislativa do DF. Segundo delação do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF, Durval Barbosa, deputados da base aliada e empresários participavam de um esquema de propina para garantir apoio às decisões do governo. O caso também ficou conhecido como Mensalão do DEM. Os réus foram acusados de subordinar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra, para que ele mentisse em depoimento à Polícia Federal.
PublicidadeTambém se apurou que, novamente sob o comando do ex-governador, os réus inseriram declaração falsa em carta que entregaram à testemunha Edmilson Edson dos Santos, com a finalidade de que ela a assinasse e entregasse à Polícia Federal. A declaração falsa, que tinha por objetivo alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, consistia na afirmação de que o colaborador Durval Barbosa teria manipulado e forjado os vídeos gravados por ele em que aparecem políticos, empresários e servidores públicos de Brasília, com o propósito de incriminar o então governador do DF e outras pessoas.
Nota da defesa
“O Arruda foi vítima de uma armação comprovada no processo. Não há justificativa fática ou jurídica para esta condenação, que é provisória, assinada por um Juiz de primeira instância, e será revisada por três Desembargadores mais experientes. A defesa confia na sua absolvição em grau de recurso, como já ocorreu em outras vezes.”
João Francisco Neto – Advogado do Nelio Machado Advogados
* Com informações da Agência Brasil