Se o novo Congresso será mais rico na produção legislativa, só o tempo dirá. Mas os novos parlamentares já trouxeram um tipo de enriquecimento ao Parlamento. Eles têm, em média, R$ 1 milhão em patrimônio declarado a mais do que seus colegas que renovaram o mandato. Na média, cada novato tem R$ 3,48 milhões em bens, ante os R$ 2,35 milhões informados por cada reeleito.
A LISTA – Veja quanto cada um dos parlamentares declarou em bens
Os 240 novos parlamentares acumulam mais da metade de todo o patrimônio de R$ 1,6 bilhão declarado pelos congressistas empossados esta semana. Estão em nome deles propriedades avaliadas em R$ 835,4 milhões. Já entre os 327 que seguem no Congresso – incluídos aí os reeleitos e os parlamentares que mudaram de Casa legislativa –, a soma patrimonial bate em R$ 770,9 milhões.
Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Congresso em Foco com base em informações registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não entraram na conta as declarações feitas há quatro anos pelos 27 senadores ainda em meio de mandato.
Os mais ricos
Entre os recém-chegados, 86 declararam ter propriedades acima de R$ 1 milhão. Os três mais ricos são os deputados João Lyra (PTB-AL), com R$ 240 milhões e Newton Cardoso (PMDB-MG), com R$ 77,9 milhões, e o senador Blairo Maggi (PR-MT), com R$ 152 milhões. Lyra, Newton e Blairo já foram parlamentares em outras legislaturas. Além deles, aparecem na lista dos dez mais ricos outros três parlamentares que não estavam no Congresso no ano passado: o deputado Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e os senadores Ivo Cassol (PP-RO) e Eduardo Braga (PMDB-AM).
No grupo dos 327 reeleitos, 134 informaram à Justiça eleitoral possuir mais de R$ 1 milhão em bens, como imóveis, fazendas, empresas, aplicações financeiras, veículos, obras de arte e dinheiro em espécie. Entre eles, os donos das maiores fortunas são os deputados Alfredo Kaefer (PSDB-PR), com R$ 95 milhões, Sandro Mabel (PR-GO), com R$ 70 milhões, e Paulo Maluf (PP-SP), com R$ 39 milhões.
Desde quarta-feira (2), o Congresso em Foco publica uma série de reportagens sobre o patrimônio declarado pelos parlamentares no momento de registrar a candidatura. Em março do ano passado, o TSE aprovou uma norma deixando aberta a possibilidade de o candidato não seguir o modelo da Receita Federal. De acordo com o tribunal, a declaração serve para o eleitor ter mais informações sobre os candidatos e seus representantes políticos, como instrumento de transparência, e para permitir eventuais denúncias em caso de suspeita de enriquecimento incompatível.
Leia ainda:
Quem são os parlamentares com mais de R$ 1 milhão
Tiririca e 17 deputados dizem não ter patrimônio
PMDB e DEM concentram os mais ricos do Congresso
Dez mais ricos têm metade do patrimônio no Congresso
Saiba mais sobre o novo Congresso
*Colaborou Eduardo Militão