Iracema Portella*
A luta contra as drogas, e especificamente contra o crack, está ganhando mais força nesta Câmara dos Deputados. Nos últimos dias, tivemos avanços significativos nesse campo.
Foi instalada a Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, da qual tenho a honra de participar. Já realizamos duas produtivas reuniões do colegiado e traçamos um consistente plano de trabalho para os próximos meses.
A Comissão discutirá políticas públicas de prevenção, recuperação de dependentes químicos e de repressão ao tráfico em todo o país. Nosso plano de trabalho prevê a realização de audiências públicas nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal.
O objetivo é conhecer de perto a realidade de cada estado brasileiro, levantando informações sobre iniciativas bem-sucedidas no enfrentamento às drogas, colhendo sugestões dos especialistas e da sociedade civil para avançarmos na elaboração de um conjunto de propostas capazes de fazer frente a esse problema.
Sabemos que a batalha contra as drogas não é uma tarefa fácil. Muito pelo contrário. É uma missão árdua, cheia de desafios. Nessa cruzada, só obteremos sucesso se envolvermos toda a sociedade brasileira e o Poder Público Federal, estadual e municipal.
Não existe uma fórmula mágica no combate às drogas. Tampouco vamos, nessa Comissão, reinventar a roda. Não se enfrenta esse problema com propostas mirabolantes, e temos que considerar que o tema das drogas vem sendo exaustivamente discutido ao longo dos últimos anos.
Outra importante iniciativa na Câmara dos Deputados é a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas, Acolhedoras e APACs (Associações de Proteção e Assistência Carcerária). Na luta contra as drogas, o papel dessas entidades tem sido crucial. Elas vêm desenvolvendo um trabalho extraordinário na recuperação de dependentes químicos, atuando, na grande maioria das situações, com poucos recursos e sem qualquer apoio governamental, em sua grande maioria.
As comunidades terapêuticas são responsáveis por cerca de 80% do atendimento aos dependentes químicos do Brasil. Trabalham cotidianamente com muita determinação e amor, mas precisam ser mais valorizadas.
Vamos batalhar para que os governos, em suas três instâncias de poder, apoiem e financiem as ações sérias e bem-sucedidas de tratamento e de reinserção social dos dependentes químicos. Com esse apoio, não tenho dúvidas de que o trabalho dessas instituições será ainda mais efetivo e terá um impacto muito maior no cotidiano dos usuários de drogas e de seus familiares.
Temos a missão, como parlamentares, de ajudar o Brasil a devolver a milhares de famílias brasileiras a fé e a esperança numa vida melhor, mais digna. Felizmente estamos vivenciando um momento especial nessa luta. Um momento em que diversos segmentos sociais estão se unindo em torno do tema.
Há motivos de sobra para o otimismo e a esperança na construção de um panorama melhor nessa área. Creio, sinceramente, que estamos diante de uma grande oportunidade no que se refere ao combate às drogas e não podemos perder mais uma chance de avançarmos nessa luta.
A luta no combate ao crack e outras drogas não tem dono. É uma luta de todos nós.
*Deputada pelo PP do Piauí