Os 13 delatores da Operação Lava Jato que optaram pela delação premiada (instituto onde o acusado fala o que sabe para ter a pena diminuída) viram suas condenações caírem de 283 anos e nove meses de reclusão para apenas seis anos e 11 meses de cumprimento de pena em regime fechado (uma queda de 276 anos e dez meses). A informação foi publicada nesta segunda-feira (18) pela Folha de S. Paulo.
“Dois deles, Augusto Mendonça e Júlio Camargo, ex-executivo e ex-consultor da Toyo Setal, respectivamente, cumprem os nove anos a que foram condenados em regime aberto, sem a tornozeleira eletrônica, apesar de terem confessado crimes que renderam penas de mais de 40 anos de prisão”, afirma a publicação.
O periódico ainda destaca que o levantamento tem por base apenas os processos nos quais o juiz Sérgio Moro proferiu sentença. E acrescenta que muitos delatores ainda respondem a ações sem uma decisão judicial.
Na sexta-feira passada (15), um grupo de renomados advogados divulgou um manifesto no qual compara a Lava Jato com a inquisição. Para eles, as prisões ocorrem para forçar as delações. “Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática”, afirma o manifesto.