Quem se prepara para concurso como caminho para o crescimento pessoal e profissional e tem como meta obter êxito numa carreira no serviço público deve, antes de tudo, despojar-se de preconceitos. Preconceitos são obstáculos à saúde, ao sucesso, à felicidade e à prosperidade. Eles rebaixam o homem às trevas e à ignorância. Impedem, assim, a condução da mente humana em direção ao que é mais nobre e ao que de fato importa. Não bastasse, também nos desligam da comunhão com os melhores cérebros e nos confinam à cela escura e solitária do egoísmo.
Costumo dizer que o mundo é dos justos e que a justiça consiste em dar e receber em idênticas proporções. A propósito, isso me faz lembrar de um pensamento do genial escritor francês Victor Hugo. O autor anotou – e eternizou –, em sua obra-prima “Os Miseráveis”, que “a primeira igualdade é a justiça”. Perfeito, não? Com essas poucas palavras, Victor Hugo sintetizou uma verdade inquestionável acerca do ser humano e de sua condição na sociedade.
Em resumo, é preciso agir sempre com justeza. Os ganhos obtidos de maneira injusta não podem levar à prosperidade; devem, sim, conduzir à certeza do fracasso. Apliquemos esses ensinamentos ao nosso contexto. Uma forma de agir de forma justa é contribuir com os nossos colegas de estudo, que são nossos parceiros da empreitada, e não concorrentes. Devemos ajudá-los na mesma medida em que somos ajudados quando, por exemplo, estudamos em grupo.
O homem direito expurga a alma de todas as negociatas e a transforma na base mais digna da justiça. Ele fornece aos outros tudo que de bom possui em termos de atributos, de caráter. Seus atos, cada uma de suas ações são sempre genuínas e com peso adequado.
Pense nisso, amigo leitor. Evite a mesquinhez e esforce-se para ser cada vez mais perfeitamente justo. Acredite: se você não for justo o suficiente, não poderá ser nem honesto, nem generoso, nem valoroso. Será apenas uma espécie de ladrão disfarçado que tenta conseguir tudo o que pode e dá em retorno o mínimo. Escute a sabedoria popular. Ela sempre diz que “da vida se colhe apenas o que se plantou”, que “é dando que se recebe”. Particularmente, gosto muito dessa filosofia, e a pratico.
Além de agir com justeza, o candidato à carreira pública, em particular, deve, ainda, ter capacidade de desenvolver o autocontrole e aprender as belas lições da paciência. Isso, é claro, se quiser ser próspero – em nosso contexto, ser aprovado e classificado no concurso dos sonhos – e, mais tarde, tornar-se uma autoridade investida de poderes e útil à sociedade. Deve aprender a pensar nos outros, a agir para o bem deles, e não só para si mesmo. Precisa ser atencioso e paciente, disposto a suportar com urbanidade e cortesia o peso do cargo e as demandas do cidadão-cliente.
Na minha visão, a paciência é a joia mais brilhante no caráter do homem público. O agente público digno dela, em qualquer posição, evita brigas, assim como evitaria a ingestão de um veneno mortal. É fato que sempre haverá discórdia, tanto no trabalho, como no âmbito pessoal. O bom servidor público precisa refletir sobre como harmonizar esses conflitos. Para isso, o exercício da paciência é fundamental.
Mas sei também que paciência é atributo raro. É preciso ter muita força e garra para manter a calma em todos os momentos e ser meticuloso e paciente com os defeitos dos colegas e amigos. A vantagem é que a virtude enriquece o coração, embeleza a mente e torna as pessoas mais especiais e mais respeitadas. Assim como água mole desgasta a pedra dura, a paciência supera toda oposição a ideias ou a projetos.
O ser humano calmo consegue, ainda, ser imparcial. Com isso, ele não só é mais feliz, como também mantém todas as situações sob seu controle. Repare como, em todo embate de natureza moral, o homem calmo sempre se sagra vencedor. Como se vê, são muitas as razões pelas quais precisamos fazer da calma uma constante em nossa vida.
Em síntese, amigos concurseiros, autocontrole é melhor do que qualquer riqueza material, e calma é uma bênção divina. O homem sábio e paciente tem o dom de se adaptar aos outros e a qualquer situação, o que só lhe traz benefícios. Um deles é manter-se firme no propósito de estudar até ser aprovado em concurso público.
Virtudes como as abordadas nesta nossa conversa são capazes de levar cada um de nós ao sucesso em nossas empreitadas ao longo de toda a vida. Eu as considero essenciais para que o candidato a um cargo no governo vença a concorrência e se torne servidor público, depois da tão almejada aprovação. É por isso que reafirmo: munido de qualidades como justeza e paciência, você estará em condições de se tornar, muito em breve, o detentor de um… feliz cargo novo!
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