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Reproduzo, abaixo, trechos de um artigo (com o mesmo título!) publicado no jornal A Notícia , de Joinville (SC), em 20 de maio de 2001 . Notem que nada (ou muito pouco) mudou, e lá já se vão quatro bons anos. Mas não vamos desistir, vamos? Claro que não! Afinal, somos brasileiros e não desistimos nunca, apesar da ação de muitos políticos. E como é difícil resistir! Dizia eu na época: “ Analisando o episódio da violação do painel eletrônico do Congresso Nacional, em cuja votação se cassou (às vezes eles acertam!) o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF), e em que outros dois senadores, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido, e também do Distrito Federal) acabaram renunciando, para não perderem seus mandatos, cheguei a algumas conclusões. Destaco: durante as reuniões no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, vi coisas gritantes, como o uso abusivo de celulares, o que causou por diversas vezes interferência no sistema de som”. Publicidade
“Outra aberração foi o fato de ouvir claramente, como ouvi na sessão do dia 27 de abril, durante o depoimento do senador Arruda, frases como ‘Que saco, hein?’, essa claramente captada graças a um microfone aberto, o que pode ser constatado nas gravações dessas sessões. Além desses assuntos, quero aproveitar para analisar outros pontos que julgo importantes na atual situação política que o país atravessa. Publicidade
Quero propor, a exemplo do que ocorre no Senado, onde cada um dos 26 estados mais o Distrito Federal têm três representantes, que na Câmara de Deputados se use o mesmo critério. O que podemos pensar é que, ao invés de três, tenhamos cinco ou seis parlamentares por estado. Nada mais! Outra proposta, e esta é muito importante, é acabar de uma vez por todas com o voto secreto, seja qual for a situação.” “Afinal, temos o direito de saber – e os políticos, o dever de mostrar – o que se faz no Congresso com nosso voto. Quanto à fidelidade partidária, minha opinião é de que o político que se elege por uma sigla deve permanecer nela até o fim do mandato. Em trocando de partido, deve perdê-lo. Outro assunto em Publicidademoda é o financiamento público de campanha, que envolverá, segundo informações, algo em torno de R$ 700 milhões já na eleição de 2002. Essa inovação, antes de ser adotada, precisa ser analisada com muita profundidade. Seu objetivo é que os partidos/candidatos façam uso desses recursos, sem se valer de outras fontes de renda. Alguém, em sã consciência, acredita que não haverá doações ‘por fora’? Duvido!” “Por essas e outras razões, quero colocar meu nome à disposição dos partidos políticos (qualquer um, até porque ideologia política – de centro, esquerda ou direita – é o que menos está interessando a nossos ilustres homens públicos), para que possa ser candidato ao Senado já na eleição de 2002. Uma pergunta: não posso ser candidato ‘avulso’? Seria bem melhor. Quanto aos partidos políticos, precisamos repensar a possibilidade de acabarmos com as tais ‘siglas de aluguel’. Chega! Ou temos partidos fortes ou vamos continuar com essa enxurrada de siglas sem expressão nenhuma. Em tempo: se nenhum político apresentar essas sugestões nos próximos meses, faço eu… Assim que eleito! Por isso, quero ser senador." Só lembrando: Os trechos acima fazem parte de um artigo escrito em 2001. Aproveito para parabenizar (pela iniciativa) e também para comentar as propostas do senador por Santa Catarina Jorge Bornhausen, do PFL, em relação à reforma política. Reduzir de 90 para 60 dias o prazo de campanhas, e de 45 para 35 dias o horário político, é interessante. Proibir o uso de produções cinematográficas nesses programas, também. Sem showmícios também melhora. Obrigar que qualquer candidato tenha pelo menos um ano de filiação, ótimo. Quanto a restringir a divulgação das pesquisas até o prazo de 15 dias antes das eleições, ainda não sei. Vamos pensar, amadurecer a idéia e, principalmente, o objetivo. Mas, de um modo geral, é possível, ainda, melhorar as propostas do senador Bornhausen. Que tal realizar o horário eleitoral gratuito ao vivo e com temas diários? Segunda-feira, saúde; terça-feira, educação; quarta, segurança, e assim por diante? Outra coisa: que tal a perda de mandato de parlamentares do Legislativo que aceitarem cargos no Executivo (secretarias, ministérios etc)? Que tal observar outras sugestões colocadas, acima, no meu artigo? De qualquer forma, meus cumprimentos, de novo, pela iniciativa do senador Bornhausen. Estamos, embora ainda devagar, no caminho certo. É o primeiro passo. Que venham outros, para que a democracia, enfim, seja estabelecida, de vez, no Brasil. PS: Ainda quero ser senador. Precisa filiação? Que se apresente um partido! * É publicitário em Jaraguá do Sul (SC). E-mail: curt.nees@bol.com.br. |