Hoje vivemos num contexto onde a banda podre da política pode acabar aparecendo mais do que os estadistas, aquela minoria dos melhores entre nossos representantes. Não é à toa que, se existe uma reivindicação mais do que clara de todas as manifestações desde junho, esta é sem dúvida o repúdio da sociedade em relação à corrupção, em especial nos setores público e político.
Só isso já mostra que a consciência de cidadania dos brasileiros está mudando a olhos vistos, e para melhor. Juntemos a isso uma das outras grandes reivindicações, a melhoria da qualidade na educação, e temos aqui um potencial grande de dividir águas na história da cidadania no país.
Pois uma iniciativa da cidadania vem ilustrar muito bem esse processo. Iniciada em 2004 pelo Ministério Público de Santa Catarina, a campanha “O que você tem a ver com a corrupção?” procura conscientizar estudantes e cidadãos em geral sobre o grande problema nacional que é a corrupção. Além do objetivo preventivo, por meio da educação infanto-juvenil para ao tema, o projeto tem por fim estimular denúncias populares de atos de corrupção, não importando o maior ou menor grau de lesão à sociedade.
Em 2008, virou uma iniciativa nacional do Ministério Público através da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, a Conamp, e do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, o CNPG. Assim, outros estados começaram a também realizar ações. Hoje, a iniciativa já ocorre em quase todos os estados do país, com um sucesso absoluto.
Agora todo esse êxito promete ser internacional. Em fins do mês passado, o idealizador da campanha, o promotor de Justiça catarinense Affonso Ghizzo Neto, participou do congresso anual da organização Câmara Internacional de Jovens, ou simplesmente JCI, no original em inglês.
Depois do evento, realizado em Nova York, Affonso Ghizzo foi convidado para fazer uma apresentação especial para ninguém menos que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas – ONU, Ban Ki-moon. Para o promotor, o secretário-geral ficou impressionado com os resultados alcançados, o que abre caminho para que a campanha seja recomendada pelas Nações Unidas a todos os seus países-membros, através do Pacto Global da ONU.
— Solícito e antenado no que se passa no Brasil, Ban Ki-moon me surpreendeu pela simpatia. Elogiou nossa campanha anticorrupção e as mudanças determinadas pelo povo nas ruas. Disse-me que não era compreensível um país tão rico sofrer tamanha desigualdade social. Finalizou com um muito obrigado em português — conta o promotor.
PublicidadeComo o próprio Affonso Ghizzo Neto nos diz: “A campanha entrará numa nova trajetória. Sem fronteiras, será agora disseminada em todo mundo. Afinal, o que todo o planeta tem a ver com a corrupção?”.
Para quem está envolvido com o dia-a-dia dos movimentos da cidadania, notícias como esta atestam que o Brasil está dando um claro exemplo ao mundo de que estamos no caminho certo. E que a responsabilidade política e o combate à corrupção são valores dos quais a sociedade não vai mais abrir mão.
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